
A cortiça portuguesa, cuja valorização se intensificou a partir do século XIX, moldou o desenvolvimento industrial em várias regiões, entre elas a cintura industrial de Lisboa. Um dos exemplos marcantes é Alhos Vedros, onde a atividade corticeira prosperou impulsionada por inovações tecnológicas como o processo de cozedura a vapor e a garlopa.
Estes avanços aumentaram a produtividade e atraíram a instalação de novas unidades fabris, num contexto favorecido por fatores económicos, políticos e geográficos. Contudo, o mesmo cenário que potenciou o crescimento sofreria reveses. O setor entrou em declínio ao longo do século XX, culminando no colapso das fábricas corticeiras na década de 1980.
Além do impacto económico, a história da cortiça na Moita é marcada por lutas operárias que exigiam melhores condições laborais, deixando um legado de resistência social e cultural.
A exposição “A Indústria Corticeira no Município da Moita — Finais do Século XIX aos Anos 80 do Século XX” está patente no Palacete do Morgado da Casa da Cova / Condes de Sampayo até 27 de dezembro de 2025, com entrada gratuita. Pode ser visitada de quinta-feira a sábado, entre as 10h00 e as 12h30 e das 14h00 às 18h30.