O incêndio florestal que eclodiu na serra do Açor, no Piodão, no concelho de Arganil, que se alastrou aos concelhos de Oliveira do Hospital e Seia, também já chegou ao concelho de Pampilhosa da Serra, com duas frentes. Quem o confirmou foi o presidente deste município, em declarações à Lusa.

Jorge Custódio explicou, pelas 12h, que uma das situações mais preocupantes ocorre na zona nordeste do concelho, tendo as chamas evoluído de Malhada Chã (Arganil) em direção à aldeia de Covanca (Pampilhosa da Serra), mas ainda sem colocar diretamente esta povoação em perigo.

“Há aqui uma frente de fogo, que está mais ativa, que é a que vem da Malhada Chã para a Covanca, a Covanca está a ver o fogo de frente. E depois temos outra frente que está a descer do parque eólico, em direção ao Porto da Balsa, Camba e Castanheira da Serra”, disse o autarca.

Jorge Custódio notou que as frentes provenientes do município de Arganil têm uma extensão muito grande e que as quatro citadas aldeias da Pampilhosa da Serra, embora não estando diretamente em perigo, estão na linha do fogo “e a oferecer alguma preocupação”.

População das aldeias multiplica-se durante o verão

Explicou, ainda em relação a Covanca, que se trata de uma povoação com 60 a 70 moradores durante o ano, mas cuja população, no verão, atinge as cerca de 400 pessoas, cerca de seis vezes mais.

Embora nesta fase não estejam a ser retiradas pessoas das quatro aldeias referidas, “porque não há essa necessidade”, Jorge Custódio lembrou que, no verão, são povoações que estão “apinhadas de gente”, nomeadamente antigos residentes deslocados no país e estrangeiro e pessoas com casas de férias.

“Temos aqui públicos diferentes. Os residentes que estão mais habituados a estas lides [dos incêndios] e outros públicos, mais veraneantes, mais da cidade, que não estão tão habituados e estão a sofrer com alguma ansiedade”, constatou.

Aldeia de Ceiroco foi evacuada

Ainda segundo o autarca, a única localidade totalmente evacuada, localizada mais a sul, foi a aldeia de Ceiroco: “não porque estivesse a oferecer perigo, até porque está ainda mais distante do fogo, mas porque tem um único acesso rodoviário. O comando [do incêndio] e bem, teve a intenção de prevenir, porque a velocidade do vento pode mudar rapidamente”, referiu Jorge Custódio.

O incêndio que eclodiu em Arganil, na freguesia do Piódão, pelas 05h00 de quarta-feira, alegadamente provocado por uma descarga elétrica da trovoada seca que se fez sentir naquela zona, estendeu-se depois aos municípios de Oliveira do Hospital e de Seia, este já no distrito da Guarda.

De acordo com a página de internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, pelas 13:06 o incêndio de Arganil estava a ser combatido por 914 operacionais, apoiados por 298 viaturas e 12 meios aéreos.