
Entre os dias 9 e 12 de setembro, o Fundão transforma-se no epicentro do cinema turístico ao receber, pela primeira vez, a 18.ª edição do Festival Internacional de Cinema e Turismo – ART&TUR. O evento, que se realiza desde 2008, assume-se como uma montra global do audiovisual dedicado à promoção turística, e este ano contou com 243 filmes submetidos por 41 países.
A cidade beirã, no distrito de Castelo Branco, prepara-se para acolher cineastas, produtores, estudantes, jornalistas e amantes da sétima arte, num programa que cruza criatividade, território e identidade. A seleção dos filmes que vão estar em competição será concluída na próxima semana por um júri internacional composto por 43 membros de 24 nacionalidades.
Competição internacional e criatividade universitária
O festival distingue-se por premiar os melhores trabalhos nas áreas do documentário e da produção promocional, estruturados em 12 categorias distintas, tanto a nível nacional como internacional. Entre os prémios, destacam-se também os dedicados às melhores publicações de ‘bloggers’ sobre o Fundão e à categoria especial Art & Storytelling, que contará com a participação de duas equipas universitárias, orientadas por produtores de renome internacional.
Mas o ART&TUR vai além da exibição de filmes. Durante seis dias, decorre paralelamente o desafio criativo “Art & Factory”, onde cinco equipas internacionais — oriundas da China, Colômbia, Brasil e Egito/Brasil — terão como missão criar obras audiovisuais originais sobre o Fundão. Estes trabalhos farão igualmente parte de uma competição à parte, destinada a revelar novas visões e interpretações sobre o território anfitrião.
Fundão como palco de diversidade e inspiração
Durante a apresentação oficial do festival, realizada na Moagem – Cidade do Engenho e das Artes, o presidente do Turismo do Centro, Rui Ventura, afirmou que “este festival é a alma da promoção do nosso território”, sublinhando a importância de reunir pessoas de diferentes partes do mundo num mesmo olhar sobre o Fundão. “Cada cineasta terá uma forma distinta de ver e representar este lugar, e é nessa pluralidade que reside a riqueza do evento”, acrescentou.
Também o presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes, enalteceu a importância do festival enquanto expressão artística e cultural. Para o autarca, o ART&TUR é “um dos eventos mais relevantes no país no cruzamento entre arte e cultura”, destacando que a “policromia cultural” do concelho foi decisiva para a sua escolha como anfitrião desta edição.
Paulo Fernandes recordou ainda o mosaico paisagístico do Fundão – das Aldeias do Xisto às Históricas, do pinhal às zonas agrícolas e montanhosas – como uma fonte de inspiração inesgotável para criadores audiovisuais. E deixou uma nota simbólica: “Espero que muitos dos filmes apresentados terminem com o vermelho como cor favorita”, referindo-se à nova marca ‘Cereja do Fundão’, que resulta de um estudo cromático com mais de mil tonalidades do fruto.
Um festival que vai além do ecrã
A diretora do festival, Mariana Batista, destacou a missão do ART&TUR: promover e valorizar, em Portugal e no estrangeiro, as melhores produções audiovisuais de turismo, criando pontes entre os territórios e os olhares que os interpretam.
Ao longo do evento, o público poderá assistir a sessões de cinema abertas, mesas redondas, debates, ações de formação e passeios temáticos. Entre as iniciativas previstas, incluem-se uma visita à Aldeia Histórica de Castelo Novo, um passeio noturno pela natureza, um concerto ao ar livre com músicas de cinema e a estreia do documentário “O sonho e as causas”, que retrata a história do icónico Jornal do Fundão.
Desde 2018 que o ART&TUR se realiza na região Centro. Já passou por Caldas da Rainha, Ourém, Aveiro, Viseu, Torres Vedras, Leiria e, no ano passado, pela Lousã. Este ano, o Fundão recebe o testemunho, reforçando a aposta da região no turismo criativo e cultural.