
Portugal continental vive um novo pico de incêndios, com 44 focos ativos a mobilizar 1.880 operacionais e 595 meios terrestres até às 21h00 deste sábado, segundo dados da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). Os fogos em Vila Real e Ponte da Barca são os mais preocupantes.
O incêndio em Vila Real, que deflagrou esta tarde, avançou para o concelho de Sabrosa com duas frentes ativas de elevada intensidade. As aldeias de Anta e Garganta são atualmente as zonas sob maior risco, segundo o comandante sub-regional do Douro.
Apesar de estar considerado como “dominando”, o incêndio em Arouca continua a obrigar ao trabalho de 216 operacionais e 81 viaturas, mantendo um dispositivo robusto no terreno.
Desde segunda-feira, as regiões Norte, Centro e Alentejo têm sido fortemente afetadas por fogos rurais que já obrigaram à evacuação de aldeias, embora sem registo de feridos graves. As chamas consumiram áreas florestais, agrícolas, pecuárias e vários anexos, sem haver ainda indicação de habitações destruídas.
A gravidade da situação levou o Governo a decretar estado de alerta em todo o território continental, a vigorar entre as 00h00 de domingo e as 23h59 de quinta-feira, 7 de agosto. A medida surge em resposta às previsões meteorológicas, que apontam para temperaturas elevadas e baixos níveis de humidade, aumentando substancialmente o risco de ignição.
“O Governo decidiu declarar situação de alerta em todo o território continental”, afirmou a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, numa declaração sem direito a perguntas.
Face à dispersão dos incêndios, o secretário de Estado da Administração Interna, Paulo Simões Ribeiro, reconheceu a limitação operacional dos meios disponíveis:
“Não conseguimos estar em todo o lado ao mesmo tempo.”
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), vários concelhos nos distritos de Bragança, Guarda, Castelo Branco e Faro encontram-se em perigo máximo de incêndio rural, com a situação prevista para manter-se nos próximos dias.