A fadista Maria da Nazaré morreu esta madrugada, aos 79 anos, em Corroios, Seixal, confirmou à Lusa a sua irmã.

Maria da Nazaré esteve internada nas primeiras semanas de junho, conforme revelou, na altura, através das redes sociais.

«Só há dois dias o hospital devolveu-me o telemóvel, daí não poder dar notícias antes. Ainda estou internada, não sei por quanto tempo mais. Sinto-me ligeiramente melhor. A primeira semana foi um pesadelo, já passei por muita coisa, mas nada que se lhe compare. Beijinhos e abraços. Depois darei notícias.»

No dia 17 de junho, voltou a deixar notícias no seu perfil de Facebook, para dizer que ainda estava internada e a aguardar por uma intervenção cirúrgica.

Nascida a 9 fevereiro de 1946, no Barreiro, cedo partiu para Lisboa, onde viria a residir no Bairro de Campo de Ourique, e onde começou a cantar, em serões de amigos, e depois integrada nas sessões para trabalhadores organizadas pela antiga FNAT (hoje INATEL).

Nesta mesma altura, pelos finais dos anos sessenta, venceu por duas vezes a Grande Noite do Fado, então patrocinada pela Casa da Imprensa.

Aos 17 anos integrou o elenco dos artistas que colaborava com a antiga Emissora Nacional, percorrendo o país a cantar em serões para trabalhadores que eram retransmitidos pela rádio.

Editou vários discos a solo, mas também em colaboração com o cavaleiro José Mestre Batista e Fernando Farinha.

Percorreu com o fado vários países como Brasil, Angola, Moçambique, Grande Bretanha, Bélgica, Finlândia, Suécia, Dinamarca, Espanha, e teve actuações no Centro Cultural de Belém, na Aula Magna, na Expo 98, nas festas do Avante e da União Geral de Trabalhadores, e ainda em festas organizadas por numerosas Câmaras Municipais, com relevância para as Festas da Cidade de Lisboa. (Museu do Fado)