O sistema de comandos sub-regionais de proteção civil, implementado em janeiro de 2023 para substituir os comandos distritais, é alvo de duras críticas por alegados atrasos na mobilização de meios no combate a incêndios florestais.

De acordo com informações recolhidas pelo Correio da Manhã, em diversas situações corporações de bombeiros localizadas a poucos quilómetros das chamas permaneceram inativas nas primeiras horas de incêndios, enquanto equipas de regiões mais distantes eram acionadas de imediato. Esta prática, defendem elementos operacionais, compromete o ataque inicial e favorece a propagação do fogo.

Um dos casos mais recentes ocorreu no concelho da Covilhã, onde corporações de Castelo Branco e Fundão só foram chamadas após a entrada em ação de meios de localidades mais afastadas. Situações semelhantes repetiram-se em Montemor-o-Novo e Sátão, com bombeiros locais excluídos da primeira linha de combate.

O sistema, criado durante o Governo de António Costa, é também acusado de aumentar os custos operacionais, ao obrigar deslocações longas e dispendiosas. Fontes no terreno garantem que o modelo “não funciona” e exigem uma revisão urgente da estratégia.

O atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, já manifestou a intenção de extinguir esta estrutura e regressar a um modelo anterior, mas a medida ainda não foi concretizada. Enquanto isso, as críticas acumulam-se e o debate sobre a eficácia do sistema continua a marcar a agenda da proteção civil.