Os pinhais de Alcácer do Sal e Grândola, que marcam a paisagem costeira da Península de Setúbal, vão ser palco, no próximo dia 2 de setembro, de uma jornada técnica dedicada à sanidade do pinhal-bravo, organizada pela Associação de Produtores Florestais do Vale do Sado (ANSUB) e pela UNAC – União da Floresta Mediterrânica. A ação integra o “Roteiro PINUS 2025”, dinamizado pelo Centro PINUS e pelo Centro de Competências do Pinheiro-Bravo, e tem como objetivo reforçar a resiliência e valorização da floresta desta região.

“Queremos trazer o conhecimento técnico para o terreno, junto de quem está diariamente a gerir o pinhal-bravo, porque só assim conseguimos responder aos desafios que a floresta enfrenta”, sublinha Marília Moura, responsável pela comunicação do Centro PINUS.

O programa inclui uma visita de campo à Herdade da Comporta, onde serão apresentadas e debatidas estratégias de monitorização e controlo de pragas, com destaque para o nemátodo da madeira do pinheiro. O especialista Luís Bonifácio (INIAV), reconhecido pelo seu trabalho de investigação sobre esta praga, será um dos formadores convidados.

“Esta jornada é uma oportunidade de partilha de conhecimento entre proprietários, técnicos e gestores, numa perspetiva de gestão ativa e sustentável”, afirma a organização.

A iniciativa procura também dar visibilidade à importância ambiental e socioeconómica do pinheiro-bravo nos concelhos de Alcácer do Sal e Grândola, onde a exploração da madeira e da resina se cruza com atividades agropecuárias e áreas de conservação. Só nos pinhais da Península de Setúbal foram já identificadas 144 espécies de flora, incluindo 13 endémicas e 7 ameaçadas, integradas no mosaico de habitats do Sítio de Rede Natura 2000 Comporta-Galé.