
Propostas incluem captação de novas lojas âncora, medidas de apoio ao estacionamento, reforço da segurança e promoção da marca “CentroBraga”
A Associação Empresarial de Braga – Câmara de Comércio e Indústria (AEB) apresentou um conjunto de propostas estruturadas para travar a perda de atratividade do centro histórico de Braga. Face ao encerramento de algumas lojas de referência e à diminuição de alguma dinâmica comercial, a AEB defende uma resposta integrada, ambiciosa e colaborativa, que devolva centralidade, atratividade e vitalidade ao coração da cidade.

“O centro histórico de Braga é o rosto da cidade. Perder marcas de referência, sejam locais ou internacionais, é um sinal de alerta. É urgente agir para atrair novas atividades, valorizar quem já lá está e garantir uma experiência urbana mais agradável e apelativa”, afirma Daniel Vilaça, presidente da AEB.
Entre as propostas destacadas está a criação de um programa de captação de novas lojas âncora, assente em negociações diretas, incentivos à instalação e uma política comercial integrada. O objetivo é atrair operadores de referência, com conceitos diferenciadores e capacidade de gerar fluxos, promovendo a complementaridade com o tecido comercial já existente.
“Não podemos deixar que o mercado resolva sozinho um problema estrutural. É essencial equilibrar a oferta do centro com novas âncoras que atraiam fluxo e se articulem com os negócios já instalados. Para isso, é necessário implementar uma estratégia ativa de captação de negócios com valor acrescentado”, defende Daniel Vilaça.
A AEB propõe ainda a criação de um programa municipal de apoio ao estacionamento, com destaque para a oferta de duas horas gratuitas para clientes do comércio local. Segundo Daniel Vilaça, o “acesso ao centro histórico é um fator crítico para a competitividade do comércio tradicional”, sendo necessário “eliminar barreiras reais e percecionadas à mobilidade e ao estacionamento”.
No plano da promoção territorial, a associação sugere o lançamento de uma campanha regional de valorização da marca “CentroBraga”, posicionando o centro histórico como um destino privilegiado de comércio, cultura e lazer, com identidade própria e experiências distintas. Para reforçar essa posição, a AEB propõe ainda a implementação de uma programação contínua de eventos e rotas temáticas, desenvolvida em articulação com operadores económicos e culturais, de forma a garantir um centro dinâmico e atrativo ao longo de todo o ano.
“O centro histórico tem de ser reposicionado como uma marca forte, com uma narrativa inspiradora e mobilizadora para residentes, visitantes e investidores. A animação deve ser estratégica, regular e colaborativa. Só assim se gera fluxo, consumo e identidade”, reforça o presidente da AEB.
No domínio da segurança, a associação propõe a instalação de um sistema de videovigilância (CCTV) no centro histórico, em articulação com as forças de segurança, bem como a implementação de um plano de melhoria da iluminação pública, centrado no reforço da segurança e do conforto urbano.
“Sentir-se seguro é condição básica para visitar, consumir e investir. O centro precisa de mais luz, mais presença e mais confiança. A tecnologia pode e deve ser uma aliada nesta missão”, acrescenta Daniel Vilaça.
As propostas agora apresentadas resultam, segundo a AEB, de um processo de escuta ativa junto de empresários e consumidores. A associação sublinha a necessidade de construir uma visão partilhada para o centro histórico, assente numa gestão dedicada, planeamento estratégico e ação concertada.