
CAMINHO POLÍTICO. “No meu ambiente de amigos e de família sempre se discutiu de questões políticas, além disso, a minha formação sempre foi muito próxima ao ambiente político e há cerca de quatro anos surgiu o convite de ingressar numa equipa em que estava a fazer parte de um dos membros do executivo, entretanto não ganhamos as eleições, ficamos como oposição, ou seja, de há quatro anos para cá, tenho acompanhado sempre as assembleias de freguesia.”
CAMINHO NO ASSOCIATIVISMO. “Estou integrada na Comossela, que é uma instituição que já existe há 30 anos. Há cerca de três anos recebi um convite dos sócios fundadores, criamos uma lista e foi assim que começamos a desenvolver o trabalho na associação, onde temos vários tipos de respostas, um contacto direto com aquilo que é a parte mais frágil da comunidade e graças a isso, fui tendo sempre noção do que era a realidade da freguesia. Talvez se nunca tivesse entrado na Comossela, dificilmente teria esta perceção tão clara daquilo que são as nossas necessidades.”
FRAGILIDADES DE OSSELA. “A freguesia do Ossela foi, nos últimos dez anos, a que mais população perdeu. Temos uma população muito envelhecida, o que me leva a sentir que as pessoas não têm gosto em viver na freguesia. Quando não há gosto em viver num lugar, eu não consigo evoluir uma freguesia. É esse o principal problema que identifico, a falta de sentido de pertença, a falta de gosto na freguesia. Nós temos imensas potencialidades, temos uma natureza incrível que mais nenhuma freguesia tem e que precisa de ser promovida. Temos muitas coisas positivas como as nossas tradições, o nosso grupo cultural e recreativo, temos muita potencialidade que precisa de ser trabalhada. A nossa freguesia é muito rural, não tem um parque industrial, normalmente as freguesias crescem em função das indústrias que têm. Outro exemplo seria as zonas culturais e de lazer, se eu quiser ir com a minha família a algum lado, não tenho um parque infantil, não tenho uma zona cuidada da freguesia, não tenho um centro cultural. Ossela tem a Biblioteca Ferreira de Castro, que também precisa ser dinamizada, mas não tem um sítio onde seja possível passarmos o nosso tempo. Não foram criadas bases e acho que há coisas das quais nós não nos podemos esquecer, que é criar condições para as pessoas que lá vivem. Há muita falta de rede de apoio, pois temos muitos idosos sozinhos e isolados. Existem situações em que as pessoas precisam de apoio e não têm respostas.”
SOLUÇÕES. “Neste momento temos duas situações, o desenvolvimento da comunidade, o apoio às pessoas, como também o apoio à economia que existe, quer seja industrial, quer seja a economia local, porque se não nos apoiarmos vamos reduzir-nos a muito pouco. As nossas propostas vão nesse sentido, ou seja, criar pontes e respostas para a comunidade, seja dos mais jovens aos mais idosos, e criar possibilidades para apoiar as empresas locais e o comércio local.
O EXECUTIVO. “Considero que ao longo do tempo não fomos capazes de responder as nossas necessidades. O que faz com que a nossa população tenha começado a fugir para sítios maiores. O executivo, numa junta, tem de ser próximo das pessoas, tem de ser capaz de resolver de forma eficaz os seus problemas. Enquanto executivo temos de criar pontes de apoio para que se goste de viver nesta freguesia. Porque senão o que é que acontece? Com o passar do tempo as coletividades morrem, porque vivem do voluntariado, deixamos de ter respostas, porque as pessoas não recorrem a elas e passam a recorrer a outros locais. Se tivermos um centro de saúde onde os nossos utentes deixam de estar inscritos nesse centro de saúde, o centro de saúde pode deixar de fazer sentido. Não é isso que queremos, queremos agregar a freguesia, não a queremos dissipar.
O PARTIDO SOCIALISTA. “O Partido Socialista, que não tem muita história na nossa freguesia, tem este olhar sobre a comunidade. Os movimentos associativistas que surgiram, as preocupações, vieram muito desta vertente política, que é reconhecida e tem de continuar a ser trabalhada. A comunidade será sempre uma das principais preocupações do nosso partido.”
