Uma boa alimentação, junto com exercício físico, pode fazer a diferença na vida de quem precisa de reduzir os níveis de colesterol para baixar o risco de sofrer um enfarte ou um AVC, alerta a Fundação Portuguesa de Cardiologia.

"O colesterol é a causa da aterosclerose [doença das artérias] e não apenas um fator de risco ", afirmou à Lusa Manuel Carrageta, presidente da fundação cuja missão é promover a prevenção, o tratamento e a reabilitação das doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais (AVC).

Há fatores de risco comportamentais, como uma má alimentação, a falta de exercício físico, fumar, hipertensão arterial ou diabetes, mas o colesterol elevado é essencial para haver aterosclerose, uma doença que provoca também a angina de peito e a morte súbita, destaca o especialista em cardiologia.

O tipo de alimentos com gordura saturada, como a carne vermelha, e algumas gorduras como o óleo de palma, a manteiga e laticínios como o leite gordo que têm gorduras saturadas, contribuem para a elevação do colesterol.

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A pessoa que tem o colesterol elevado ou que não quer ter colesterol elevado não tem de cortar completamente estas gorduras mas deve adotar a chamada dieta mediterrânica, rica em vegetais, e comer fruta da época e frutos secos.

Para regular o colesterol, o especialista recomenda também alimentos ricos em ácidos gordos da série ómega 3, como salmão ou sardinha, e azeite mas deve ser o azeite virgem extra com mais antioxidantes.

Pequenas alterações na alimentação podem fazer uma grande diferença na redução dos níveis de colesterol e diminuir o risco de enfarte ou AVC, reforça o nutricionista Diogo Catita das residências Montepio de Lisboa e Vale do Tejo, em declarações à Lusa.

Fundamental é também aumentar o consumo de fibras solúveis que estão presentes em alimentos como aveia, leguminosas (feijão, grão-de-bico, lentilhas), frutas (maçã, pera, laranja) e vegetais, pois estas fibras ajudam a reduzir a absorção do colesterol no intestino.

O nutricionista também salienta a importância de preferir gorduras "saudáveis", substituindo as gorduras saturadas e trans por fontes de gordura insaturada, como azeite, abacate, frutos secos e peixes gordos (salmão, sardinha, cavala).

Por outro lado, aconselha a reduzir o consumo de alimentos processados, como bolachas, fritos e 'fast food', que frequentemente contêm gorduras trans, levando a alterações dos níveis de colesterol.

Da mesma forma, recomenda moderar o consumo de carne vermelha e enchidos, optando mais vezes por carnes magras como frango ou peru, principalmente pessoas que já têm alterações negativas ao nível do colesterol.

Além da alimentação, a prática regular de atividade física também contribui para controlar os níveis de colesterol.

Pequenas mudanças no dia-a-dia têm um papel preventivo e reduzem o risco de complicações futuras de saúde, destacou, considerando prudente a realização de consultas com um nutricionista para adequar melhor a alimentação.

A principal causa de morte em Portugal continua a ser as doenças do aparelho circulatório, segundo dados disponíveis no 'site' do Instituto Nacional de Estatística (INE).

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