O padre Ricardo Esteves, possivelmente um dos mais mediáticos do país, esteve nesta tarde de segunda-feira, 11 de agosto, à conversa com Andreia Rodrigues no programa da SIC, Júlia. Ao longo da entrevista, o sacerdote partilhou não só alguns detalhes da sua vida privada, como também o seu posicionamento em relação a vários temas, muitos deles bastante polémicos.

Um desses momentos acabou por marcar o encontro entre o sacerdote a apresentadora, nomeadamente a respeito de uma questão sensível e sobre o qual muitas 'farpas' são lançadas à igreja católica: os crimes, sobretudo, de abusos sexuais cometidos por membros da igreja a crianças. Quanto a isso, o padre Ricardo Esteves foi bastante assertivo.

"Uma criança é perfeitinha, por isso é que eu não entendo como é que há gente que explora a criança assim, todos ressentidos. Isto a mim magoa-me, revolta-me. Acho que as pessoas não têm noção das coisas", começou por dizer, caraterizando todo o tema como algo "horrendo". Logo depois, o pároco não se coibiu de pedir Justiça em todos estes casos.

"Cada um que comete esse crime tem que ter a condenação que lhe é devida. Não vou dizer que não tem perdão, quem sou eu para dizer que perdoa ou não? Há cumplicidade, portanto, há crime, tem que ser julgado", disse, sem rodeios, respondendo a uma das questões feitas por Andreia Rodrigues.

Ainda no seguimento da sua partilha, o sacerdote aproveitou o momento para afirmar que o facto de se associar imediatamente um padre a um pedófilo o "deixa triste". "As pessoas esquecem-se que um padre é um homem e depois há muitos pais que violam os filhos, há professores, há médicos, há tantas outras vocações… O padre não é sinal de pedofilia", disse.

"Há muitas pessoas que dizem 'se o padre pudesse ser casado, se calhar não cometia estes crimes'. Não tem nada a ver uma coisa com a outra, nem é sequer uma questão sexual, deve ser uma questão doentia. Agora, eu acho que num padre ainda se torna pior", continuou o padre Ricardo Esteves, sem 'papas na língua'.

"Como é que alguém pode querer tirar prazer com tantas situações das quais se podem buscar caprichos e prazeres da vida, porquê uma criança? É matar! É [roubar-lhe a alma]. A pessoa nunca mais vai ser igual, nunca mais", reforçou, salientando que em pleno século XXI não consegue "perceber esta atitude humana com crianças".

Independentemente disso, o pároco reforçou o facto de que "as pessoas têm que ter a perceção que um padre é pecador, um padre também pode ser criminoso. Um padre também comete crimes, comete lapsos, tem fragilidades, mas há umas que são mais desculpáveis que outras", concluiu, por fim.

Veja o momento abaixo: