
TV 7 Dias – O que a levou a participar no programa?
Marta Sá – Sempre tive namorado e relacionamentos longos. Comecei a namorar com 15 anos, tive um relacionamento de seis, e depois um de 16 com quem estive casada durante sete. De repente fico solteira e percebo que em 22 anos nunca estive. Antes de entrar na experiência estava há dois e, na verdade, nunca consegui ter um relacionamento sério.
Porquê?
Era uma pergunta que eu me fazia algumas vezes, conheci pessoas novas, com quem me relacionei bem, tive ótimas conexões, mas o passo seguinte nunca era dado. Percebi que aquilo que falhava é que as pessoas que eu conhecia não estavam dispostas a um compromisso sério.
Casou mesmo com João Ricardo na conservatória?
Sim. Ainda estamos casados. A produção está a tratar agora do divórcio.
Como reagiu a família?
Inscrevi-me num dia e no seguinte estavam a ligar-me. Contei à minha mãe quando me chamaram para a primeira entrevista em Lisboa. A minha mãe não quis que eu entrasse, mas disse que me apoiava sempre. Na verdade, à medida em que as coisas foram avançando, o entusiasmo do meu pai foi contagiando a minha mãe. Os dois estão super tranquilos com isso. Não quiseram aparecer e, por isso, não levei nenhum familiar.
O que pensou quando viu o noivo pela primeira vez?
Que não tinha nada a ver comigo. Identifico-me com pessoas mais novas. Tinha uma energia diferente da minha. Mas achei sempre que não podia julgar o livro pela capa. Se ele me julgasse pela forma como estou vestida, eu também não era esta pessoa. O vestido não tinha nada a ver comigo.
Porquê? Não foi a Marta que o escolheu?
Dentro das hipóteses que tínhamos, foi o vestido que me foi dado a escolher. Havia alguns que podíamos experimentar, dentro desses, alguns não podiam avançar. O primeiro que experimentei era parecido com o do meu casamento, para ter esse impacto, mas eu não quis. Depois experimentei outros, e acabou por ser aquele o selecionado.
Tinha a ver com valores?
Pelo que eu percebi não, porque o meu era bastante caro. No meu primeiro casamento casei com um vestido de 280 euros, por isso, isso a mim não me diz nada. Este era acima dos 3000.
Podemos dizer que os especialistas erraram redondamente neste match?
Não resultou. Eu percebo a intenção ao colocarem-me com o João Ricardo. Acho que se tivesse existido o mesmo compromisso de ambas as partes, teríamos criado uma amizade. Não direi que conseguíssemos ir para um relacionamento, temos estilos de vida muito diferentes.
Que característica queria encontrar?
Em termos de características físicas, não disse nada. Acho que não se mede as pessoas pela aparência. Foi-me questionado se podia ter filhos, eu disse que efetivamente preferia que não tivesse. Mas também não ia excluir uma pessoa só porque tem filhos, isso tem muito a ver com a relação entre pai e filhos e com o estilo de vida que se leva. Até disse que uma vez que eu não quero ter filhos, se fosse uma pessoa que quisesse muito ser pai, preferia que já os estivesse para não ser um entrave no relacionamento. O que eu pedi mesmo, era que tivesse uma energia como a minha, jovem, leve, divertido, que gostasse de viajar, passear e dançar. Essa é a parte que não tem nada a ver.
O facto de não terem ido logo de lua-de-mel por causa da doença da ex-mulher, mexeu consigo?
Nós tivemos uns primeiros dias em Sintra. Foi-me questionado como é que eu me sentia por não ir logo de lua-de-mel, mas para mim não era problema. Claro que ficava triste de não aproveitarmos os dias todos em Cabo Verde, mas entendi. Ali tivemos mais momentos a dois, tivemos muito tempo para conversar, havia silêncios, mas confortáveis. Em Cabo Verde, a coisa começou a ficar estranha naquele jantar em que houve aquele silêncio todo. Eu não percebia porquê e isso foi uma constante em toda a experiência. O João não era muito de se abrir de contar o porquê das coisas. Antes desse jantar, quando estávamos a ir os dois para lá, ele disse que a ex-mulher, não a mãe das filhas, lhe estava a mandar mensagens e ficou agarrado ao telemóvel o tempo todo. Não sei com quem ele trocava as mensagens, não questionei.
Como se gere isso?
Para mim não havia problema algum, eu dou-me bem com o meu ex-marido, mas estar o tempo todo agarrado ao telemóvel foi altamente desinteressante. Mas se calhar o João não tinha mais para dar. Mais do que ser desinteressado, é ser desinteressante.
Falou-se de uma traição na lua-de-mel…
Eu soube disso quando toda a gente soube. Não sei se é ou não verdade. O João nunca me contactou para falar sobre o assunto, não tenho sequer a versão dele. Nós já estávamos fora da experiência quando essa notícia saiu. Desde que saímos que ele nunca mais falou comigo. Ele disse na revista que isso não aconteceu, falei com a produção e dizem-me que é altamente improvável e que não sabiam de nada. Acho que esta notícia é demasiado rebuscada para ser inventada. Na verdade houve uma noite em que o João saiu do quarto, eu não me apercebi. Na manhã seguinte, ele é que me disse que tinha saído porque estava sem sono e que tinha ido dar uma volta, uma caminhada na praia, que a lua estava muito bonita e que tinha estado a tirar fotografias.
Acredita que possa ser verdade?
Pode ter havido espaço para isso. O resto do tempo estivemos sempre juntos. Se houve ou não, não sei. Não desconfiei. Aliás, já cá, fiquei muito surpreendida quando ele diz no carro que levava a Keila, a bailarina, para casa e pensei ‘que falta de respeito’, caiu-me que nem uma bomba. É um bocadinho gozar com a minha cara, estamos ali com outras pessoas, e ele diz que levava outra mulher para casa? Isso mostra logo o empenho dele na experiência.
Alguma vez pensou em ter intimidade com ele?
Nunca chegámos a esse ponto. Acho que mantivemos sempre alguma distância. Houve momentos em que estivemos mais próximos fisicamente, mas nunca houve abertura para isso.
Sempre soube que a mãe das filhas de João Ricardo estava com problemas de saúde?
Sim. Ao contrário do que se diz, não foi no dia do nosso casamento que surgiu o aneurisma. Tinha acontecido na semana anterior e o João já tinha estado a lidar com essa situação. Teve de gerir a questão das filhas de outra forma, porque estava a gravar provas de fatos… Por isso, foi uma escolha dele, entrar na experiência, tendo a mãe das suas filhas doente.
Como geriu tudo isso?
Esse foi o principal ponto de afastamento entre mim e o João, em que tendo as filhas numa situação muito frágil, e tendo a opção de entrar num programa de televisão, ele escolheu, entrar. Eu não me identifico de todo com uma atitude dessas. Não por ele, a relação entre os dois era o que era, estava no passado, mas existem duas filhas.
Disse-lhe isso?
Sim. Esta questão foi sempre falada entre nós. As pessoas julgam muito o facto de eu criticar as ausências do João porque ele tinha de estar com as filhas. Eu sempre respeitei isso, aliás, eu convivi com elas, sem câmaras, estivemos juntas algumas vezes e correu bem. São miúdas amorosas, tenho muita pena que estejam a passar pelo que estão a passar. A minha questão nunca foi com as filhas, mas a forma como isto foi gerido. Era uma questão que a produção questionava várias vezes.
Consegue entender porque ele preferiu entrar no formato ao invés de estar mais presente com as filhas?
Não. Não há ninguém que tenha percebido a real intenção. O João esteve para não entrar para a experiência, mas ainda assim decidiu entrar. Achou que tinha reunidas todas as condições.
Mas entendia as ausências?
Eu não entendia porque é que essas ausências não me eram comunicadas. Se ele me dissesse ‘a minha mãe não vai poder estar com as minhas filhas hoje e eu vou ter de ir’, eu entendia, claro. Eu sabia quando o João ia dormir a casa ou não, quando via a mala a entrar e a sair pela porta. Eu casei-me numa experiência social, mas o meu marido não tinha a escova de dentes em casa, nem roupa, nem sapatos. Quando ele ia a casa, ele levava tudo e eu ficava com uma casa só para mim. Mesmo a produção, às vezes era surpreendida de manhã quando nos ia acordar e percebia que o João não estava lá. Ele não avisava. Muitas vezes tivemos de esperar por ele porque ele não estava. A produção avisava-o, mas ele continuava a fazer. Eu não sabia com o que contar. Nós tomamos um pequeno-almoço juntos, o primeiro e foi o que se viu. Jantamos juntos sozinhos uma vez durante toda a experiência.
Porque estiveram tanto tempo na experiência?
Porque eu achei sempre que devia ser tolerante à situação que o João estava a viver e tentei ser também tolerante às nossas diferenças, à forma de comunicar. Tentei sempre criar uma relação de amizade que se foi perdendo.
Ele nunca esteve tão empenhado como a Marta, é isso?
Não se empenhou como eu. O sentido de compromisso dele com a experiência não foi o mesmo que o meu e a juntar às ausências pelas questões familiares, começaram a juntar-se outras por trabalho. Chegou ao ponto de terem mesmo de o chamar e explicarem que ele não podia ir trabalhar e que tinha de ir gravar.
Falou-se também de uma relação da Marta com Rúben, que casou com a Milene. O que se passa na realidade?
O que se vive ali não é apenas uma experiência em casal. Com as ausências do João, sempre que eu estava sozinha, convivi muito com os outros casais. Foram um apoio gigante e criaram-se laços fortes entre todos. A Isa e o Rúben são as pessoas que eu trago. Também a Rute e o João Oliveira, a Milene. Existe mais vida além, do que passa na emissão. Já convivi com todos, saí muito mais vezes com o Rúben, mas porque se criou uma relação de amizade. O que eu tenho feito com o Rúben tem sido em grupo, sempre com amigos. A partir de determinada altura deixámos de esconder que saímos juntos, porque não fazia sentido esconder, não temos motivo para isso.
Se os especialistas os tivessem juntado teria dado resultado?
Não sei. Em termos de amizade acredito que sim, porque temos perfis mais semelhantes. Mas também sei que lá estamos mais condicionados e por isso podia existir mais atrito. Fora da experiência as coisas são mais leves, não há aquela obrigatoriedade de criar uma relação.
Nunca aconteceu nada entre si e o Rúben?
Não, temos apenas uma boa amizade que espero que se mantenha.
Mas pode haver espaço para algo mais?
Da mesma maneira que eu digo ‘não quero ser mãe’, um dia poderei vir a ser, não sei o que o futuro me reserva. Neste momento eu não vejo o Rúben de outra forma que não um bom amigo.
Quando vai a Lisboa onde fica?
Tenho familiares e amigos lá.
O João Oliveira enviou-lhe uma mensagem, ainda durante a experiência. O que aconteceu?
Foi uma mensagem só, mas eu não respondi. Eu dei-me muito bem com ele desde o início, mas entrei para a experiência não para polémicas nem para troca de casais. Depois de fazer uma caminhada com o João Oliveira, em que era para ir também o Rúben e a Isa, as perguntas eram todas relacionadas com isso. Eu disse não quero isso para mim. Fiquei um bocadinho alarmada e não repeti. Isso nem sequer apareceu no programa. Foi ao final desse dia que o João Oliveira me mandou a mensagem se eu queria ir jantar e eu nem respondi porque não quis alimentar essa situação.
Houve mais situações de bastidores que não tenham passado?
O regresso da lua-de-mel é assim uma chamada à realidade muito grande. No dia em que vamos para os apartamentos, temos o primeiro jantar e conhecemos outros casais. Quando voltámos para casa, o João Ricardo disse-me com imensa naturalidade ‘isto era fixe era que houvesse uma troca de casais, porque a Milene tem muito mais a ver comigo’. Eu fiquei em choque. Ele continuou ‘nós não temos a ver um com outro, ela é que é aquilo que eu pedi’. Fiquei incrédula. Um dia ou dois depois mandou-lhe uma mensagem. Não tinha nada de mal, mas eu sabia da intenção dele. Eu estava ao lado dela quando ela recebeu a mensagem e a Milene ficou em pânico. Estávamos todos juntos no apartamento. Ela mostrou-me, o Rúben também ficou a par dessa situação e nós os quatro guardámos isso para nós durante toda a experiência. Ele achou que ela estava sozinha e que ainda não tinha regressado aos apartamentos. Ela não respondeu. No dia seguinte, ele apagou a mensagem.
Ele contou-lhe?
Não. Eu aguardei uns dias para que ele me contasse e, houve um dia em que lhe perguntei diretamente. É uma traição. Ele assumiu o erro, disse que realmente não tinha estado nada bem. Pediu imensas desculpas. Senti nesse momento que essa situação nos tinha aproximado. Mas ao longo da experiência foram muitos os comentários sobre outras participantes.
Está a falar da Rafaela, a noiva de Carlos?
Já não estava lá, mas já ouvi falar. Enquanto nós estávamos na experiência o João Ricardo estava muito ausente, e quando saiu, virou uma pessoa presente. Vai aos apartamentos muitas vezes, passa muito tempo com eles, é divertido… tudo o que não vi. Mas não só. Houve outra situação em que estávamos todos no sofá, o Hugo diz para sairmos os quatro, porque a Rute não gosta de dançar, ele também não e então ficavam os dois no bar e eu e o Hugo íamos dançar. E o João diz logo ‘se quiseres trocamos já’. Eles ficaram surpreendidos, claro. Mas ele falava muitas vezes em troca de casais, sim.
Como sabe que ele vai aos apartamentos?
Porque os outros casais comentaram comigo, que estão a ver um João Ricardo diferente e muito interessado em estar por perto, em particular da Rafaela. O que me dizem também é que o João Ricardo faz mais o tipo da Rafaela.
Ela e o Carlos também já saíram da experiência. Acredita que possa ter havido algum envolvimento?
Do que me contam acredito que sim. A Rafaela disse-me que não. Trocámos no outro dia umas mensagens de Instagram que não tinham nada a ver com esse assunto, e a ela falou nas polémicas em que estava envolvida. Perguntei-lhe quais e ela disse-me ‘dizem que ando com o teu ex-marido’. Eu disse para ela não ligar a isso.
Arrepende-se de ter entrado?
Não. Voltava a repetir. É uma experiência única e espetacular.
Texto: Ana Lúcia Sousa (ana.lucia.sousa@worldimpalanet.com); Fotos: Divulgação SIC e João Manuel Ribeiro