
O Ministério Público (MP) acusou o empresário e agente de jogadores, Jorge Mendes, e a mulher, Sandra Mendes, de fraude fiscal. A notícia foi avançada pelo Correio da Manhã, esta terça-feira, 6 de maio, e está a ser replicada por toda a imprensa portuguesa.
De acordo com o explicado pelo Jornal de Notícias (JN), que citou o meio acima mencionado, a acusação surge no âmbito da 'Operação Fora de Jogo'.
Em causa estará não uma transação relacionada com atletas, mas sim uma doação à sua companheira de quase metade do capital de uma empresa que posteriormente viria a ser comprada por uma outra entidade, uma sociedade, associada ao próprio Jorge Mendes.
O MP alega que a doação foi fictícia, provocando um prejuízo ao Estado de 18 milhões de euros em impostos.
Confrontado com a acusação e as manchetes feitas sobre o assunto, o empresário e agente já se pronunciou.
Segundo o JN, o representante legal de Jorge Mendes, o advogado Rui Patrício, terá enviado um comunicado oficial à Lusa.
"Refutamos totalmente esta acusação, porque não existiu qualquer fraude fiscal, e será apresentada defesa por todos os meios legais e nas instâncias próprias. A acusação é incorreta e infundada; e é injusta, quer em si mesma, quer, também, tendo em conta o percurso de vida de Jorge Mendes e o contributo que tem dado ao país, e também o seu histórico de contribuinte por si e pelas suas empresas", lê-se, tendo alertado que "estão em causa factos estritamente relacionados com a esfera pessoal, familiar e sucessória (...) não se tratando da área profissional".
A defesa do acusado, que fala num "processo-crime usado de forma abusiva", lembrou ainda que esta matéria "já havia sido analisada pela Autoridade Tributária (AT) em 2014 (há cerca de 11 anos, portanto), tendo também havido várias inspeções e análises posteriores" e que "durante muitos anos, nunca foi levantado qualquer eventual problema sobre estes factos, nem foi liquidada qualquer quantia ou enviada qualquer notificação para o efeito".
"Tendo sido esta a primeira vez (em março de 2025) em que AT concluiu que seria devido imposto, e embora os seus advogados considerem ser tal conclusão incorreta, Jorge Mendes pretende pagar o montante em causa, em coerência com a boa-fé com que desde sempre agiu neste caso", continuou o comunicado, dando conta de que "já desencadeou, ele próprio, os trâmites legais para pagamento, uma vez que a AT nunca o fez, nem sequer agora".
Em nome do seu cliente, Rui Patrício concluiu que o tema"será novamente esclarecido, e quantas vezes forem necessárias, com o espírito de transparência, de colaboração e de respeito institucional, mas também de firmeza, que sempre existiu".