É conhecido por "Rei dos Rankings' no TikTok e tem uma legião de fãs que aguardam ansiosamente pelos seus divertidos vídeos, mas esta terça-feira, 26 de agosto, foi diferente. Rodrigo Grelha, de 23 anos, fez uma partilha mais pessoal após se deparar com um caso que está a ser amplamente divulgado: um episódio de violência doméstica na Madeira onde o filho do casal, de nove anos, assistiu a tudo. Bombeiro que agrediu a mulher foi detido, mas imagens da agressão podem não ser admitidas em julgamento.

"Infelizmente, eu vi o vídeo e revi-me muito na posição daquela criança. Durante a minha infância, também assisti e vivi episódios de violência doméstica. A violência doméstica não escolhe casas, não escolhe caras, não escolhe nada. Apenas acontece e é uma realidade não só no nosso país mas em todo o lado. Infelizmente, nós olhamos para as caras e não conseguimos ver se as pessoas passam ou já passaram por isso", disse o jovem de Faro (Algarve), visivelmente emocionado.

"Não sei o que se passa na cabeça de um homem adulto para sair de casa, começar uma agressão e não parar mesmo quando vê o filho em desespero, a pedir para que ele pare. Esta criança acabou de perder um bocadinho de si e quem levou foi a pessoa que era suposto protegê-la. O ditado 'entre marido e mulher não se mete a colher' nunca fez sentido, nunca vai fazer sentido", acrescentou.

E rematou: "A violência doméstica é um crime público e nós, como cidadãos, temos o dever de meter a colher, o garfo, a faca, fazer tudo o que é necessário para ajudar a vítima. Se vocês conhecerem alguém nesta situação, ajudem, e se vocês estão nesta situação, peçam ajuda. A violência doméstica não é só física, as maiores marcas são as que não ficam no corpo."

As palavras de Rodrigo Grelha emocionaram também no Instagram: "Tens um coração enorme", "Ver-te triste a chorar parte-me completamente o coração em mil bocadinhos", "És forte. Obrigada pelas palavras tão lindas e sinceras" e "Sinto muito que tenhas passado por isso" são alguns exemplos.



Caso tenha conhecimento de uma situação de violência doméstica pode procurar ajuda junto dos seguintes contactos:

APAV – 116 006
SOS Criança – 116 111
SOS Mulher – 808 200 175
SOS Voz Amiga – 800 209 899
SOS Voz Adolescente – 800 202 484
UMAR – Centro de Cultura e Intervenção Feminista – 218 873 005