
O protesto "violação não se filma, condena-se" chegou à 'praça pública' depois de ter sido conhecido o caso de uma jovem menor de 16 anos que alegadamente foi violentada sexualmente por três criadores de conteúdos digitais - que ficaram em liberdade - em Loures.
Por conta disso mesmo, centenas de pessoas rumaram, este sábado, 5 de abril, para as portas da Assembleia da República, em Lisboa, com o intuito de se manifestarem em prol não só desta jovem como de outras mulheres vítimas de crimes sexuais.
Entre o grande grupo de manifestantes, contaram-se também várias figuras públicas que não hesitaram a marcar presença, deixando palavras de ordem em cartazes e em partilhas feitas, mais tarde, nas redes sociais.
Já lhe tínhamos dado conta de que a atriz Inês Herédia tinha sido um dos nomes neste protesto, ao qual se juntaram as apresentadoras Rita Ferro Rodrigues e Iva Domingues, a atriz Angie Costa, ou a cantora Jura.
"Basta! Estou farta. Estou zangada. Estou revoltada com a violência a que estamos sujeitas, todos os dias. Estou revoltada com a impunidade dos agressores. Se não entendes a nossa dor, se não percebes as lágrimas desta revolta, não podes ser humano… E não não sei o que tens no lugar do teu coração", escreveu Iva, no Instagram.
"344 mulheres violadas entre janeiro e setembro de 2024. 38 mulheres violadas por mês! Trinta e oito por mês! Entre 1 de janeiro e 30 de setembro de 2024 o Observatório de Mulheres Assassinadas registou 20 femicídios consumados e 30 tentativas de femicídio. Entre 2022 e 2024 foram assassinadas 56 mulheres! A lei tem que mudar. Os tribunais têm que mudar. As instituições têm que mudar. Acordem! Estão a matar-nos todos os dias", disse ainda.
"Violação não tem perdão. 'O silêncio torna-nos cúmplices'; 'Captar e divulgar imagens sexuais de crianças, jovens e mulheres é crime'; 'Violação não se filma, condena-se'; 'Não tornes viral se não é consensual'. Sempre juntas, nunca caladas", salientou Angie Costa.