"Não ouçam os pessimistas." Foi com esta "lição de vida" de Arnold Schwarzenegger, o culturista austríaco e estrela mundial de filmes de ação que se tornou político nos Estados Unidos, reagiu à sua distinção com um doutoramento honoris causa, entregue nesta semana pela escola privada Hertie School, em Berlim. Garantindo que o que mais o alegrou na vida não foi o sucesso como culturista ou sequer tornar-se estrela de Hollywood e ter ganho milhões, o antigo governador da California apontou a capacidade de retribuir algo aos outros como a sua maior conquista.
A homenagem foi conduzida pelo vice-chanceler alemão Robert Habeck, que entregou pessoalmente a Schwarzenegger o grau honorífico em reconhecimento do seu trabalho no combate às alterações climáticas e no fortalecimento da sociedade civil, afirmando que Schwarzenegger, de 77 anos, "mais do que merecia o doutoramento honoris causa" e deixando elogios a "uma pessoa e um político extraordinário, um exemplo para toda a humanidade".
Habeck vincou ainda que, enquanto político, Schwarzenegger se guiou pelo que era certo e necessário, sem cair em ideologias, incluindo no apoio dado a projetos de energias renováveis na Califórnia.
Nascido na Áustria, Schwarzenegger tornou-se mundialmente famoso como culturista e ator, tendo sido coroado, com apenas 20 anos, Mister Universo, um importante título no mundo do culturismo, que lançou a sua carreira nos EUA, desde logo com o papel assumido em Conan, o Bárbaro. O thriller de ficção científica O Exterminador Implacável, de 1984, selou uma carreira de sucesso como ator, em que também se dedicou à comédia em filmes como Twins (ao lado de Danny DeVito) ou Um Polícia no Jardim Escola. Assumindo também a nacionalidade americana, juntou-se ao Partido Republicano e foi o candidato vencedor em dois mandatos consecutivos como governador da Califórnia (de 2003 a 2011).