
O Prémio Nobel da Literatura, Mario Vargas Llosa, tem sido lembrado e homenageado nas redes sociais sociais. Mario Vargas Llosa morreu no domingo, aos 89 anos, em sua casa em Lima, onde vivia desde 2022, informaram os filhos nas redes sociais.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal fala num "dia triste para a literatura".
"Foi com ele que mergulhei na euforia mágica das letras hispano-americanas, ao lado de Paz e Márquez. Mais tarde, o deslumbre da ironia lúcida do seu envolvimento cívico. Mário - um nome que só podia ser romano", escreveu na rede social X.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, recorda aquele que considera "o mestre universal da palavra".
"Em nome do governo de Espanha, envio as minhas condolências à família, aos amigos e à grande comunidade de leitores de todo o mundo", escreveu Sánchez numa publicação na rede social X.
A editora D. Quixote emitiu um comunicado onde "lamenta profundamente o desaparecimento do escritor peruano Mario Vargas Llosa, autor de vários livros que permanecerão para sempre na história da literatura universal".
"Livros como Conversa n’A Catedral, A Guerra do Fim do Mundo, A Festa do Chibo, A Tia Júlia e o Escrevedor, A Cidade e os Cães e As Travessuras da Menina Má, entre muitos outros, fazem parte da nossa memória colectiva porque nos ajudaram, de forma decisiva, a conhecer outros mundos e outras realidades que, sem eles, ficariam ainda mais distantes. Escritor universal, a partir da complexa realidade peruana, Vargas Llosa fez parte do chamado 'boom' latino-americano junto com outros grandes escritores como o colombiano Gabriel García Márquez, o argentino Julio Cortázar e os mexicanos Carlos Fuentes e Juan Rulfo", pode ler-se no comunicado enviado à SIC.
"Escritor universal" com um "legado incomparável"
Na América Latina, vários atuais e antigos chefes de Estado expressaram pesar pelo romancista peruano-espanhol Mario Vargas Llosa, destacando também o legado do Nobel da Literatura em 2010.
A Presidente peruana Dina Boluarte manifestou profundo pesar pela morte de Vargas Llosa, que descreveu como um "escritor universal e distinto vencedor do Prémio Nobel da Literatura".
"O seu génio intelectual e o seu vasto conjunto de obras permanecerão como um legado eterno para as gerações futuras", afirmou a Presidência do Peru, na rede social X .
O Congresso - Parlamento peruano - expressou sentimentos semelhantes, enviando as suas "mais profundas condolências à família, amigos e leitores do vencedor do Prémio Nobel".
Um dos primeiros líderes políticos latino-americanos a comentar a morte do escritor foi o ex-presidente uruguaio Luis Lacalle Pou (2020-2025), que declarou que "Vargas Llosa deixou a sua marca em muitos aspetos da vida, mantendo-se sempre fiel a si próprio".
A nível pessoal, Pou disse que sempre gostou da generosidade de Vargas Llosa.
Os antigos presidentes colombianos Álvaro Uribe (2002-2010) e Iván Duque (2018-2022) também se despediram do romancista, a quem chamaram de "mestre".
"Deixa-nos o seu trabalho, a sua admiração e o seu exemplo. Deixa-nos um caminho para o futuro", acrescentou Uribe, na rede social X.
"O falecimento de Mario Vargas Llosa enche-me de tristeza. Tive a honra de desfrutar da sua amizade e partilhar momentos inesquecíveis, ouvindo o seu conhecimento enciclopédico, a sua simplicidade avassaladora e o seu humor refinado", disse Duque.
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, manifestou solidariedade com a família do escritor e destacou o seu "legado incomparável" na defesa da liberdade na América Latina e no mundo.
Mario Vargas Llosa foi também político, jornalista, ensaísta e professor universitário
Nascido em Arequipa, em 28 de março de 1936, Jorge Mario Pedro Vargas Llosa, foi também político, jornalista, ensaísta e professor universitário.
Vargas Llosa foi um dos principais escritores da sua geração, ao ponto de alguns críticos considerarem que teve um impacto e uma audiência internacional como nenhum outro do 'boom' da América Latina.
Desde cedo começou a envolver-se politicamente, primeiro como apoiante de Fidel Castro e da revolução cubana, depois como defensor da democracia liberal, mais conservadora, capitalista, chegando mesmo a concorrer à presidência do Peru, em 1990, por uma coligação de centro-direita, contra Alberto Fujimori (1990-2000).
O júri do Prémio Nobel da Literatura de 2010 justificou a escolha de Vargas Llosa por ser detentor de uma escrita que faz a "cartografia das estruturas do poder" e de uma obra que revela "imagens mordazes da resistência, revolta e dos fracassos do indivíduo".
Com Lusa