'Venham Mais Cinco - O Olhar Estrangeiro sobre a Revolução Portuguesa' já recebeu cerca de 14 mil visitantes desde que abriu ao público e vai agora ser prolongada mais três meses, anunciaram hoje os organizadores.

A mostra prolonga-se devido ao "grande interesse, procura e elevado número de visitas", referem, em comunicado, lembrando que a entrada é gratuita e pode ser visitada de quinta-feira a domingo, entre as 11:00 e as 19:00, no Parque Empresarial da Mutela, em frente à antiga Lisnave.

A exposição integra as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e reúne cerca de 200 fotografias em grande formato de 30 conceituados fotojornalistas e fotógrafos internacionais, que estiveram em Portugal entre 1974 e 1975 para fazer a cobertura dos dias da revolução.

Este prolongamento permitirá também a visita de grupos escolares, assinalam os organizadores.

"Foi o único momento em que Portugal esteve no centro do mundo" e é "um momento único na História de Portugal" afirmou, na altura da inauguração, à agência Lusa o realizador Sérgio Tréfaut, curador da exposição, acrescentando que "é uma viagem no tempo", que permite "atravessar esses dois anos vivenciando tudo que estava na ordem do dia no momento".

A jornalista italiana Augusta Conchiglia, que documentou as independências em África, o fotógrafo francês Guy Le Querrec, coautor do livro 'Portugal 1974-1975: Regards sur une tentative de pouvoir populaire', os brasileiros Sebastião Salgado e Alécio de Andrade, e o francês Jacques Haillot, que morreu em Portugal, são alguns dos nomes que fazem parte da exposição.

O trabalho de pesquisa e curadoria foram feitos por Tréfaut e pela investigadora Margarida Medeiros (que morreu em 2024) e incluiu contacto com os autores das fotografias e recolha de material nos arquivos das agências internacionais.

As fotografias são mostradas em quatro núcleos - 'A Festa da Liberdade', 'Novas Formas de Poder', 'Independências', 'Um País Dividido' - nas antigas instalações dos escritórios da administração dos Estaleiros da Lisnave, que transformaram "um espaço devoluto num verdadeiro equipamento cultural temporário".

Desde a inauguração, têm decorrido diversas visitas comentadas, frequentemente esgotadas, conduzidas por autores das imagens, figuras ligadas à revolução, historiadores e sociólogos.

A iniciativa resulta de uma parceria entre a Faux, a Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril e a Câmara Municipal de Almada, contando ainda com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e da editora Tinta da China, que editou um livro-catálogo.