
Maria João garante o encerramento do festival, no dia 14, acompanhada por João Farinha, nos teclados, Texito Langa, na percussão, e por um coro de três vozes, para um concerto que tem por base o seu mais recente álbum, "Abundância", lançado em fevereiro passado.
Na altura, a cantora explicou, em entrevista à agência Lusa, o conceito que teve em conta para o seu novo álbum: "Um disco meu que falasse desta abundância incrível que me aconteceu, de ter uma mãe moçambicana e um pai português, de ter nascido cá [em Portugal], desta abundância, esta imensa riqueza que me aconteceu culturalmente e pessoalmente, [era algo que] eu queria muito fazer."
"Abundância" é o 31.º álbum da carreira de Maria João, a contar desde "Quinteto de Maria João", de 1983, seguido de "Cem Caminhos", de 1985.
"Até aqui, todos eles diferentes", disse a intérprete à Lusa, que se afirmou "orgulhosa" da carreira e desta discografia.
O festival de jazz, de 12 a 14 de setembro próximo, reúne cerca de 40 artistas no Palácio de Monserrate, em Sintra, com as atuações no relvado aproveitando as "excecionais condições orográficas", disse à agência Lusa fonte da PSML, empresa que gere os monumentos nacionais e parques do concelho de Sintra, entre eles o Palácio e Parque de Monserrate, edificados na segunda metade do século XIX, segundo a traça do arquiteto inglês James Thomas Knowles Jr..
O festival, sob direção artística de Inês Laginha, diretora da Casa Sassetti, em Sintra, e coordenadora do curso Jazz na Escola Artística de Música do Conservatório Nacional, decorrerá num "ambiente de pura descontração, com os pés na relva e em contacto com a natureza", afirma a PSML.
A abertura do Festival estará a cargo da baterista e compositora Maria Carvalho, no dia 12, com o projeto "Margem", no qual revisita a música de José Mário Branco (1942-2019).
Este concerto é antecedido por uma 'masterclass' gratuita, pelo violinista e compositor Dominic Inghamm, um músico que, com o seu quinteto, tem atuado com êxito nos palcos internacionais.
A baterista e compositora Maria Carvalho vao ser acompanhada por Sara Afonso (voz), Bruno Ponte (guitarra), Juliana Mendonça (contrabaixo) e Luís Lélis (piano).
No mesmo dia, à noite, sobem ao palco do Jazz em Monserrate o pianista Luís Figueiredo e o bailarino e coreógrafo Miguel Ramalho que estreiam um novo espetáculo.
Os dois artistas exploram "um território comum: o da criação em tempo real". "Neste novo espetáculo, som e movimento entrelaçam-se num espaço de liberdade e risco, onde o corpo e o piano se influenciam mutuamente, num processo contínuo de transformação".
Novidade na edição deste ano é uma 'jam session' para bebés até aos 36 meses. Esta é a única iniciativa a decorrer no interior do Palácio de Monserrate, designadamente na sala da música.
Estão previstas duas 'jam sessions', nas manhãs dos dias 13 e 14, seguidas por outra pelos alunos de Jazz do Conservatório Nacional.
Dominic Ingham atua com o seu combo, no dia 13. Ingham é acompanhado pelos músicos Noah Stoneman (piano), Freddie Jensen (contrabaixo) e Luke McCarthy (bateria). A atuação "promete emoção, subtileza e comunhão", segundo a apresentação. O quinteto vai apresentar o mais recente álbum, "Role Models".
Dominic Ingham é "um dos violinistas mais inovadores da cena jazz europeia atual", afirma a PSML, acrescentando que é também um "poderoso comunicador e intérprete [que] tem conquistado plateias com a sua música profundamente pessoal", cruzando "raízes do folk britânico, formação clássica e linguagem jazz contemporânea".
À noite, o palco ao ar livre acolhe a Orquestra Assintomática, liderada pelo bandoneonista argentino Martín Sued, e pela cantora, contrabaixista e compositora mexicana Fuensanta.
A Orquestra Assintomática, criada em 2020, "reúne músicos de Portugal, Brasil, Argentina, Itália, Venezuela e Uruguai, num coletivo que parte da formação tradicional do tango para construir uma linguagem própria, feita de atravessamentos entre culturas, géneros e geografias."
"O festival assenta em três pilares fundamentais: mostrar a amplitude do jazz, proporcionar oportunidades formativas a jovens músicos e criar momentos de partilha informal e intergeracional. Ao estimular estas pontes - entre géneros, artistas, gerações e públicos - o festival continua a afirmar-se como um festival com responsabilidade cultural e social, enraizado na sua comunidade e aberto ao mundo", assinala a PSML.