Na nota, divulgada pela Fectrans - Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, as estruturas sindicais anunciam que a greve irá decorrer entre as 00:00 de 07 de maio e as 24:00 de 08 de maio.

Os sindicatos explicaram que a paralisação foi convocada "contra a imposição de aumentos salariais, que não repõem o poder de compra", e pela "negociação coletiva de aumentos salariais dignos".

Os trabalhadores pretendem ainda a "implementação do acordo de reestruturação das tabelas salariais, nos termos em que foi negociado e acordado".

No comunicado, as entidades destacaram que também "hoje foi enviada uma carta aos ministros das Infraestruturas e das Finanças, subscrita por todas as organizações sindicais", que apresenta várias exigências ao Governo.

Pretendem que o executivo "instrua a administração da CP a cumprir as medidas excecionais constantes do relatório final acordado com os sindicatos e que, segundo a própria administração, já foi remetido ao ministério que tutela a empresa", destacando que "esse documento é um compromisso conjunto e não pode ser alterado unilateralmente".

Querem ainda que sejam dadas "orientações claras para que a administração ultrapasse os valores que decidiu impor por ato de gestão e que analise com seriedade as contrapropostas das ORT's [organizações representativas dos trabalhadores], sob pena de agravar ainda mais a instabilidade que se vive na empresa".

"A CP não existe sem trabalhadores. E o que está hoje em causa é a sua sustentabilidade futura. Se o Governo não avançar com medidas concretas que valorizem as carreiras ferroviárias --- nomeadamente ao nível dos salários, das condições de trabalho e do investimento nos meios necessários - estará a comprometer o futuro da empresa e a pôr em risco a prestação de um serviço essencial ao país, como se comprovou no período pandémico", asseguram.

Entretanto, adiantaram, foi recebida hoje" uma convocatória da administração da CP, para uma reunião no próximo dia 17 de abril [quinta-feira], a partir das 15:00" e esperam que sejam apresentadas pelos "responsáveis da empresa, propostas concretas que respondam aos problemas que estão na origem deste conflito laboral".

O pré-aviso foi lançado pela Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF), a Associação Sindical Independente dos Ferroviários da Carreira Comercial (ASSIFECO), a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), o Sindicato Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP), o Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins (SINAFE), o Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia (SINDEFER) e o Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários das Infraestruturas e Afins (SINFA).

Assinam ainda o Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Transportes e Indústria (SINTTI), o Sindicato Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA), o Sindical Nacional de Quadros Técnicos (SNAQ), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), o Sindicato dos Transportes Ferroviários (STF) e o Sindicato dos Trabalhadores do Metro e Ferroviários (STMEFE).

 

ALN // MSF

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