José Maria Ricciardi, o ex-Presidente da Espírito Santo Investimento e primo direito de Ricardo Salgado, acusa o antigo banqueiro de ter escondido a alegada falsificação das contas do Grupo Espírito Santo e ter enganado o regulador. É ouvido como testemunho no julgamento do processo BES/GES.

"Depois de perceber a falsificação das contas e as participar ao Banco de Portugal comecei a tentar perceber para onde ia o dinheiro. Foi descoberto que as contas não estavam certas em dezembro de 2013 mas eu só percebi em maio 2014 com um documento que recebi e encaminhei para o Banco de Portugal. A narrativa do Dr. Salgado não era a falsificação mas que tinha havido uma má consolidação das contas. Era esta a narrativa", diz José Maria Ricciardi.

Chamado como testemunha pelo Ministério Público, José Maria Ricciardi diz que quando começou a aperceber-se do que se passava rejeitou "um cargo na Espírito Santo Irmãos" e demitiu-se da ESI.

"O Dr. Salgado fazia tudo o que lhe apetecia e sobrava-lhe tempo", acrescenta José Maria Ricciardi.

José Maria Ricciardi começou por ser investigado em 2014, no início do processo mas não chegou a ser constituído arguido e tornou-se numa das testemunhas chave do caso BES. Desde a queda do banco, nunca mais falou com Ricardo Salgado.

Juíza:

" É amigo ou inimigo de Ricardo Salgado?"

José Maria Ricciardi:

" Não sou nem uma coisa nem outra".

José Maria Ricciardi é ouvido como testemunha no terceiro dia do julgamento do processo BES/GES.