
O próximo capítulo da história entre a Europa África pode ser de renovação mútua, onde a Europa reconhece que a força de África não é o seu veredicto, mas a sua oportunidade, onde ambos os continentes se erguem juntos. “Quando África cresce, a Europa ganha. Quando África estabiliza, a Europa fortalece-se. Quando África prospera, o sistema global torna-se mais equilibrado e resiliente”, afirmou Kwabena Ayirebi, Managing Director Banking Operations do Afreximbank, na oitava edição do EurAfrican Forum 2025, organizado pelo Conselho da Diáspora Portuguesa, uma plataforma orientada para a ação que procura reforçar a colaboração entre a Europa e a África, melhorando o crescimento verde e inclusivo, revelando oportunidades inovadoras de negócio e de investimento de impacto social, bem como gerando mais sinergias entre ambos os modelos de inovação e que decorre esta sexta-feira e sábado na NOVA SBE, em Carcavelos e que conta com o Jornal Económico e a Forbes como media partners.
“A Europa e África estão unidas por uma história partilhada que exige que formemos relações transformadoras que impulsionem a prosperidade para os nossos povos, e é exatamente isso que vejo neste encontro, dando-nos a oportunidade de conversas honestas sobre este passado partilhado. Mas também a visão e a coragem para o futuro que devemos construir em conjunto. A nossa relação forja-se ao longo de séculos, através do comércio, das trocas, da migração e do conflito”, referiu.
O responsável salientou que os dois continentes estão ligados por uma densa rede de comércio, investimento, segurança, parcerias e laços culturais, onde a língua portuguesa é vista como um valor africano.
“Nos últimos 20 anos, os fluxos comerciais entre África e a Europa evoluíram significativamente. Em 2004, o comércio total entre os dois continentes foi de pouco menos de 200 mil milhões de dólares. Em 2024, este valor tinha subido para mais de 480 mil milhões de dólares a uma taxa de crescimento anual acumulada de cerca de 5%”, sublinhou.
Kwabena Ayirebi destacou que os esforços recentes, como o portal global da União Europeia e a Área de Livre Comércio Continental Africana, ofereceram um novo impulso a setores comerciais diversificados de valor acrescentado, como a energia renovável, o agronegócio, os produtos farmacêuticos e os serviços digitais, abrindo novas fronteiras de cooperação.
Como tal, defendeu que a Europa pode ser “um parceiro vital”, na Agenda 2063, num momento em que África precisa de capital a longo prazo para construir infraestruturas, industrialização e adaptar-se às alterações climáticas.
“A Europa deve apoiar a Regência Africana, e não prescrever as agendas africanas. A Agenda 2063 da União Africana, financiada por este fórum, fornece um plano claro e ambicioso. Em segundo lugar, o acesso a um financiamento justo e equitativo deve ser reformado, tendo como base instituições financeiras africanas fortes”, concluiu.