Os lucros da papeleira Navigator, uma das principais empresas industriais portuguesas, cresceram mais de 20% no primeiros nove meses do ano e é com base nesse desempenho que a empresa decidiu adiantar 100 milhões de euros de lucros para os seus acionistas.
O pagamento desta fatia, anunciado em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), será feito em janeiro. A Semapa, das herdeiras do falecido empresário Pedro Queiroz Pereira, receberá 70% do montante, por ser dona de 70% do capital, sendo que os restantes 30 milhões ficam pelos outros acionistas – nenhum deles tem uma participação superior a 5% no capital, pelo que nenhum receberá mais de 5 milhões de euros.
O anúncio do adiantamento de lucros aos acionistas foi feito esta sexta-feira, à CMVM, depois de na quinta-feira a papeleira ter feito comunicação às redações sobre pagamentos de prémios aos seus trabalhadores. “A The Navigator Company vai entregar na próxima segunda-feira, 23 de dezembro, ainda antes do Natal, o pagamento parcial do prémio de 2024, adiantando 0,5 salários aos seus mais de 3.300 colaboradores (excluindo a subsidiária recentemente adquirida no Reino Unido), juntamente com o vencimento deste mês”.
Segundo o comunicado, “este adiantamento resulta num prémio médio de 550€ para técnicos operacionais e 1.520€ para quadros”.
Não é apontado qual o esforço total deste prémio, mas a empresa tem cerca de 3300 trabalhadores, dos quais 1700 são técnicos operacionais. Tendo em conta os montantes médios descritos, o custo será de algo em torno de 3,5 milhões de euros.
Mas a Navigator defende estar a fazer mais pelos trabalhadores: adianta que vai aumentar o salário de entrada dos trabalhadores de 907 euros para 962 euros, para continuar a ter um valor 10% superior ao salário mínimo, que em 2025 subirá para 870 euros. O aumento geral de salários será de 2,39%, mas, com esta subida do salário de entrada e com as progressões, o aumento médio será de 4,7%.