O lucro da EDP Renováveis no primeiro semestre caiu para menos de metade. O resultado líquido da empresa controlada pelo grupo EDP entre janeiro e junho foi de 93 milhões de euros, menos 56% do que no período homólogo. Numa base recorrente o lucro cifrou-se em 137 milhões de euros, caindo 35% face ao ano passado.

Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP Renováveis revelou que as suas receitas na primeira metade do ano cresceram 18%, para 1,42 mil milhões de euros, beneficiando de um aumento da capacidade instalada do grupo.

Com mais potência instalada, a produção de eletricidade da EDP Renováveis subiu 12%, para 21,2 terawatts hora (TWh), mais do que compensando a descida de 9% no preço médio de venda da energia.

No entanto, a empresa sublinha que o primeiro semestre deste ano contou com apenas 12 milhões de euros de ganhos com a rotação de ativos, o que compara com 171 milhões de euros no mesmo período do ano passado. Além disso, os custos operacionais subiram 8%, para 552 milhões de euros, o que levou a que o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) tenha tido um ligeiro decréscimo, de 1%, para 948 milhões de euros.

Numa base recorrente e sem considerar ganhos com rotação de ativos o EBITDA apresentou um crescimento de 20%.

A subida das depreciações, imparidades e provisões, bem como um agravamento dos encargos financeiros e um aumento da rubrica de impostos acabaram por penalizar o resultado líquido da empresa, determinando a descida do lucro face ao primeiro semestre do ano passado.

Em junho a dívida líquida da EDP Renováveis ascendia a 9 mil milhões de euros, mais 726 milhões do que no final do ano passado, o que penalizou a fatura com juros do braço de energias limpas do grupo EDP.

Apesar da deterioração das contas no primeiro semestre, a EDP Renováveis garantiu que “mantém os objetivos financeiros anteriormente definidos para 2025”, o que inclui um EBITDA recorrente anual de 1,9 mil milhões de euros e terminar o ano com uma dívida de 8 mil milhões de euros.

A empresa espera uma recuperação nesta segunda metade do ano dos negócios de venda de participações nos seus ativos, estimando um encaixe com rotações de ativos de 2 mil milhões de euros.

A EDP Renováveis é detida em 71,3% pela EDP, que apresentará os seus resultados do primeiro semestre esta quinta-feira, 31 de julho, antes da abertura da bolsa portuguesa.