"As nossas parcerias de segurança, incluindo com a China, centram-se no plano interno. Estamos a tentar resolver problemas de segurança interna", afirmou Jeremiah Manele, numa conferência de imprensa com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, em Camberra.

"É claro que reconhecemos e apreciamos o facto de os nossos parceiros - China e Austrália - também terem interesses estratégicos em matéria de segurança", acrescentou Manele, insistindo que o país vê a segurança "através do prisma do desenvolvimento" e, por conseguinte, procura trabalhar com todos os parceiros.

As Ilhas Salomão tornaram-se um ator-chave na competição estratégica na região do Pacífico em 2022, depois de o anterior governo de Manasseh Sogavare ter assinado um acordo de segurança com a China, que foi negociado de forma opaca e inclui a possibilidade de destacamento de forças de segurança chinesas a pedido de Honiara.

Apesar de o governo das Ilhas Salomão ter afirmado que era "amigo de todos e inimigo de ninguém", o acordo levou os Estados Unidos e a Austrália a redobrarem a sua cooperação nesta região negligenciada, que há anos clama por uma resposta a exigências relativamente à crise climática que está a afetar fortemente os territórios insulares do Pacífico.

Semanas depois de ter tomado posse, no início de maio, Manele afirmou que a Austrália é o parceiro de eleição das Ilhas Salomão.

O governante disse hoje, em Camberra, que discutiu com Albanese formas de "elevar a atual relação (...) através de uma parceria transformadora", incluindo o investimento em infraestruturas, mobilidade laboral ou crise climática.

"Estou empenhado em garantir que a nossa relação com a Austrália seja cada vez mais forte", afirmou Manele.

"A Austrália e as nações do Pacífico estão bem posicionadas para responder às necessidades de segurança da nossa região", afirmou Albanese, insistindo que "a segurança é uma tarefa da nossa família do Pacífico".

As Ilhas Salomão, uma nação com cerca de 700.000 habitantes, são consideradas pela ONU como um dos países mais pobres do Pacífico e dependem fortemente da cooperação internacional, especialmente da Austrália e da China.

A economia das Ilhas Salomão, que registou uma forte contração entre 2020 e 2022 devido ao impacto da pandemia da covid-19 e, posteriormente, à invasão russa da Ucrânia, cresceu 2,5% em 2023.

 

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