
Os trabalhadores da antiga Groundforce, hoje SPdH/Menzies, vão estar em greve no último fim de semana de julho e nos quatro últimos de agosto, uma paralisação convocada pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) e pelo Sindicato dos Transportes (ST), em nome de melhores condições salariais e de trabalho. Foram decretados serviços mínimos pelo Tribunal Arbitral.
Fontes conhecedores do processo admitem que o impacto será moderado, mas o nível de adesão é sempre imprevisível, e o aconselhável nestas situações é ir o mais cedo possível para o aeroporto.
O impacto maior da greve deverá fazer sentir-se no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, uma infraestrutura já habitualmente bastante condicionada. A SPdH/Menzies tem atualmente 3500 trabalhadores, incluído os temporários, e cerca de 2000 trabalham no aeroporto da capital.
O primeiro período de greve está compreendido entre as 00:00 horas desta sexta-feira e as 24 horas de segunda-feira.
A estrutura é replicada pelos quatro períodos de fim de semana de agosto, com o segundo período de greve a ocorrer entre as 00:00 de 8 de agosto e as 24:00 de 11 de agosto. Nesse mês, estão ainda previstas greves, nos mesmos moldes, para a totalidade dos dias entre 15 e 18 de agosto, 22 e 25 de agosto e 29 de agosto e 1 de setembro.
Na origem da greve estão reivindicações como o fim de vencimentos base abaixo do salário mínimo nacional, melhores salários, o cumprimento do pagamento das horas noturnas ou a manutenção do acesso ao parque de estacionamento nos mesmos termos e condições “que sempre lhes foram aplicados”, apontam os sindicatos.
A Menzies alega cumprir as obrigações legais e contratuais e diz-se aberta ao diálogo. “A ação de greve é um direito estabelecido e respeitado pela Menzies Aviation. No entanto, consideramos que a justificação subjacente à ação proposta reflete uma deturpação das práticas e condições reais da empresa. A Menzies cumpre rigorosamente todas as obrigações legais e contratuais e continua empenhada em práticas de emprego justas e num diálogo aberto”, afirma fonte oficial.
Assegura que tem planos para minimizar o impacto da paralisação. “Se a ação de greve for para a frente, temos planos de contingência robustos para salvaguardar as operações e minimizar qualquer potencial perturbação dos serviços durante o movimentado período de verão.”
Serviços mínimos garantidos
O Tribunal Arbitral decidiu definir os serviços mínimos de assistência em escala a “todos os voos impostos por situações críticas relativas à segurança de pessoa e bens, incluindo voos-ambulância, movimentos de emergência entendidas como situações declaradas de voo, designadamente por razões de ordem técnica ou meteorológica e outras que, pela sua natureza, torne absolutamente inadiável a assistência ao voo”.
Estão ainda incluídos nos serviços mínimos todos os voos militares, todos os voos de Estado, nacional ou estrangeiro, todos os voos que no momento do início da greve já se encontravam em curso e cujo destino sejam aeroportos nacionais assistidos pela SPdH, e todos os voos da TAP de regresso a Lisboa que se encontrem em ‘night-stop’ em escala europeia.
Devem ainda ser garantidas ligações entre Lisboa e Ponta Delgada (Açores), Lisboa e Terceira (Açores) e Lisboa e Funchal (Madeira), bem como entre o Porto e a Madeira e o Porto e Ponta Delgada.