Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa, destaca à Lusa que "os dados divulgados relativos ao crescimento do terceiro trimestre mostraram um notável abrandamento económico, que acaba por ser fruto dos efeitos da política monetária restritiva levada a cabo pelo Banco Central Europeu" (BCE).

"Apesar deste efeito ser o esperado, vai ser preciso ver como é que cada economia se consegue adaptar a uma nova realidade", aponta, dependendo também da evolução da economia alemã que "acaba por ter um impacto nas expectativas de crescimento do PIB português no segundo semestre".

Considera assim que "a Fitch deverá manter o 'rating' de Portugal", bem como o 'outlook' (perspetiva), que atualmente é 'estável'.

Foi há um ano que a Fitch subiu a classificação de Portugal de 'BBB+' para 'A-', com perspetiva estável, avaliação que manteve em março deste ano.

Henrique Tomé, analista da Xtb, também sinaliza à Lusa que "os indicadores económicos não mudaram muito desde a última avaliação da Fitch", pelo que não são esperadas mudanças.

"Em termos económicos, a inflação continua a diminuir (1,9% A/A) e o país continua a crescer, ao mesmo tempo que o mercado de trabalho permanece estável (taxa de desemprego 6,2%)", salienta o analista, enquanto "no que diz respeito à dívida houve um ligeiro agravamento, com a dívida a passar de 99,1% em comparação com o PIB no último trimestre de 2023, para 100,5% no primeiro trimestre deste ano".

Relativamente à perspetiva, concorda que não são esperadas mudanças. "Estamos a atravessar um momento de maior abrandamento económico, mas ainda assim não parecem existir sinais de risco", diz Henrique Tomé.

O 'rating' é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.

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