A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) distinguiu várias personalidades de diferentes áreas pelos contributos para a visibilidade e prestígio da organização, com prémios e homenagens entre as deliberações da Cimeira de Bissau.

Os chefes de Estado e de Governo da CPLP, reunidos na capital guineense, atribuíram o Prémio José Aparecido de Oliveira ‘ex-equo’ ao ex-Presidente de Moçambique Joaquim Alberto Chissano e à antiga secretária-executiva da comunidade Maria do Carmo Silveira.

O prémio é entregue a Joaquim Chissano, “em reconhecimento do contributo ímpar para a edificação da CPLP e a aproximação dos povos da comunidade, bem como pelo reconhecimento internacional como figura na promoção da paz, da democracia e do desenvolvimento sustentável”.

Maria do Carmo Silveira foi premiada “pelo contributo ímpar na defesa das causas públicas e na liderança de processos regionais do continente africano, incluindo no desempenho do cargo de secretária-executiva da CPLP”.

O prémio Prémio José Aparecido de Oliveira foi instituído em 2011 para reconhecer e homenagear personalidades e instituições que se distingam na defesa, valorização e promoção dos princípios, valores e objetivos da CPLP.

A XV Cimeira da CPLP prestou também homenagem à memória Georgina Benrós de Mello, a economista cabo-verdiana diretora-geral da Comunidade, entre 2014 e 2020, que morreu em outubro de 2023.

A CPLP enaltece “a excelência da sua direção e o seu espírito de dedicação, destacando a sua firmeza e visão estratégica na promoção dos valores fundamentais” na comunidade no desempenho do cargo e, em particular, na gestão e consolidação do secretariado-executivo, ao longo dos seus dois mandatos.

A sua liderança contribuiu “de forma determinante para a promoção de setores essenciais, como o audiovisual, no esteio do aprofundamento dos laços culturais entre os países-membros”, fundamenta-se na deliberação.

Os chefes de Estado e de Governo prestam homenagem à memória de Georgina Benrós de Mello, “pela forma decisiva como contribuiu para o prestígio, o reconhecimento e visibilidade da CPLP no seio da comunidade e no contexto internacional”.

Da cimeira saiu, também, um voto de louvor ao secretário executivo cessante, o timorense Zacarias da Costa, “tendo em conta o papel ativo na prossecução dos objetivos, princípios e valores da comunidade e na aproximação da CPLP aos seus cidadãos”.

Os chefes de Estado e de Governo reconhecem a liderança de Zacarias da Costa nos dois mandatos à frente do secretariado-executivo e realçam “o papel no processo de reforma administrativa”.

Apontam concretamente a adoção do Regulamento Interno de Pessoal e Financeiro e o Relatório Intercalar da Operacionalização da Nova Visão Estratégica para a CPLP 2016-2026, “alinhando a organização às melhores práticas internacionais”.

Na cimeira foram ainda nomeados os embaixadores de Boa Vontade da CPLP, uma figura instituída em 2004, “com vista a promover amplamente os objetivos e difundir as atividades” da organização.

Sob proposta dos Estados-membros, foram nomeados embaixadores de Boa Vontade da CPLP para um mandato de quatro anos o grupo musical de origem são-tomense Calema, nas áreas da cultura e da música e a cantora brasileira Fafá de Belém, nas áreas da cultura e inclusão social.

Os chefes de Estado e de Governo decidiram ainda reconduzir para um novo mandato de quatro anos Filipe Silvino de Pina Zau, na área da língua portuguesa, e Nelson Évora e Patrícia Mamona, nas áreas da juventude, do desporto e da igualdade de género.

A resolução baseia-se no “reconhecimento público dos nomeados, a sua capacidade para inspirar e mobilizar as sociedades, o seu comportamento cívico, e o compromisso para contribuir para a defesa e promoção dos valores, princípios e objetivos da CPLP”.

Lusa