
A Corticeira Amorim fechou o primeiro semestre com uma ligeira subida nos lucros (+0,8%), para os 36,83 milhões de euros, e uma descida de 5,5% nas vendas, para 473 milhões de euros, face ao mesmo período do ano anterior.
Excluindo o impacto da venda da participação na Timberman Denmark, as vendas teriam caído 2,2% nos primeiros seis meses do ano, refere o grupo liderado por António Rios Amorim em comunicado.
Os números mostram que o segundo trimestre foi mais difícil do que o primeiro: entre abril e junho, as vendas caíram 8,4%, para 243,6 milhões de euros e os resultados líquidos derraparam 0,2%, para 20,4 milhões de euros.
“Mix de produtos menos favorável”
O EBITDA consolidado cifrou-se em 86,9 milhões de euros, o que compara com 94,4 milhões nos primeiros seis meses do ano anterior. “Apesar do contributo positivo da redução dos custos de estrutura e de maiores eficiências industriais, a rentabilidade foi penalizada pelo aumento dos preços de consumo e pela qualidade da matéria-prima cortiça, bem como por um mix de produto menos favorável”, refere o comunicado.
A margem EBITDA consolidada atingiu os 18,4% (18,9% um ano antes), enquanto a dívida remunerada líquida ficou nos 153,1 milhões de euros, 84,8 milhões abaixo de junho de 2024.
Por áreas de negócio, a Amorim Cork registou vendas de 395,2 milhões de euros, ligeiramente acima dos 393,3 milhões de junho de 2024, “refletindo o contexto de mercado desfavorável e de elevada incerteza decorrente das tarifas dos EUA”. Já na Amorim Cork Solutions, “a redução da atividade, especialmente no segmento de pavimentos, penalizou as vendas que totalizaram 81,7 milhões de euros". “Excluído o impacto da alteração do perímetro de consolidação acima referido, o decréscimo das vendas teria sido de 11,9%”, refere a Corticeira.
O impacto das alterações no consumo de álcool
No comentário aos resultados do semestre, o presidente da Corticeira Amorim refere que a empresa “continuou a ser condicionada por um contexto de mercado desafiante, marcado por elevada incerteza, decorrente de tensões geopolíticas e de profundas alterações ao nível do comércio internacional”.
“Adicionalmente, as alterações dos padrões de consumo de álcool têm exigido uma capacidade de adaptação e inovação, determinante para a evolução futura do sector vitivinícola”, diz António Rios Amorim para sublinhar que “apesar do impacto deste contexto na atividade, sobretudo decorrente de uma política de compras mais cautelosa por parte dos clientes”, o grupo continua “a robustecer a oferta, evidenciando as mais-valias técnicas e de sustentabilidade dos produtos”.
O foco esteve, também, sublinha, "na redução do nível de endividamento e proteção da rentabilidade, através de iniciativas de melhoria da estrutura de custos e ganhos de eficiência operacional”.
“Acreditamos que os benefícios emergentes da criação da Amorim Cork Solutions e a normalização dos preços de consumo de cortiça, reflexo de uma campanha mais favorável em 2024, serão contributos decisivos no ano, evidenciando a resiliência do nosso modelo de negócio”, afirma o presidente da Corticeira Amorim.