O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira uma descida de 25 pontos base nas taxas de juro. Este é o segundo corte dos juros depois da escalada das taxas para controlar a inflação.
A descida na taxa dos depósitos, que passou a ser desde hoje a de referência para o banco central, está agora nos 3,5%. Mas, na prática, para quem tem credito à habitação, a descida foi maior. Porque o que continua a contar é a taxa de refinanciamento que estava nos 4,25% e que desce agora para 3,65%.
A comentadora SIC Catarina Castro explica a alteração das taxas de juro.
Esta descida mais forte tem como objetivo aproximar as várias taxas do BCE.
Em junho, o BCE avançou para a primeira redução das taxas diretoras desde o ciclo de subidas iniciado em julho de 2022. Já na reunião de julho, os responsáveis pela política monetária decidiram fazer uma pausa e manter as taxas.
Estas alterações terão efeitos a partir de 18 de setembro.
Em comunicado, o BCE considera que, no contexto atual, é apropriado "dar mais um passo no sentido de moderar o grau de restritividade da política monetária".
O BCE reitera que o seu objetivo continuará a ser o de assegurar que a inflação regresse aos 2% a médio prazo e que manterá as taxas de juro "em níveis suficientemente restritivos durante o tempo necessário para atingir esse objetivo".
Até ao final do ano há mais duas reuniões dos governadores na sede do BCE, em Frankfurt, na Alemanha.
Lagarde garante BCE unânime na redução, mas rejeita trajetória fixa
A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou, em conferência de imprensa, que a decisão de baixar a taxa de juro de referência para 3,5% foi "unânime" e "perfeitamente apropriada" face aos indicadores disponíveis, mas recusou comprometer-se com uma trajetória descendente.
"Repetimos, mais uma vez, que continuaremos a depender dos dados, o que se justifica particularmente tendo em conta a incerteza. Decidiremos reunião a reunião e a trajetória, cuja direção é obviamente descendente, não está predeterminada nem na sua sequência, nem no seu volume", afirmou.
Lagarde salientou que esta dependência face aos dados disponíveis não se baseia num único indicador, mas numa bateria completa de indicadores.
A presidente do BCE fez ainda referência à possível descida da inflação em setembro, mas avisou que, mesmo que se confirme, este não é o único indicador que a instituição analisa para tomar a sua decisão.
"Não nos estamos a comprometer antecipadamente com uma determinada trajetória de taxas", sublinhou Christine Lagarde no início da sua intervenção após o anúncio da decisão do BCE.