
Campos Neto, que falava na abertura da 24.ª reunião anual do Banco Santander, destacou que "as incertezas no crescimento da China afetam o Brasil".
O responsável do órgão emissor brasileiro destacou que a China apresenta números de deflação, o que supõe ser uma "má dinâmica" que pode dificultar o crescimento do país asiático.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil e responde atualmente por quase um terço do total das exportações do país sul-americano, com um valor acumulado de 59,6 mil milhões de dólares (cerca de 55 mil milhões de euros) entre janeiro e julho, segundo dados oficiais.
Em relação à economia brasileira, o chefe do Banco Central destacou que "a batalha contra a inflação não está ganha", razão pela qual indicou que a política monetária deve continuar restritiva.
Na reunião de agosto, o Banco Central brasileiro cortou as taxas de juros em meio ponto, de 13,75% para 13,25%, depois que a inflação caiu para 3,99% na comparação anual em julho.
Campos Neto destacou que a adoção de medidas de política monetária pode ser facilitada se as reformas fiscal e tributária, em tramitação no Congresso, forem aprovadas para garantir o aumento da arrecadação.
O presidente do órgão emissor brasileiro também sugeriu a necessidade de cortar gastos públicos e, nesse sentido, mostrou-se solidário com a ideia de realizar uma reforma administrativa, sugerida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
A 24.ª assembleia anual do Santander é um fórum de dois dias que reúne até quarta-feira autoridades brasileiras, incluindo o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, e líderes empresariais, para discutir o cenário económico do país sul-americano.
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