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"O mecanismo de capital contingente, e eu vou talvez exagerar, mas permita-me que exagere, foi talvez o mais eficiente mecanismo de capital como instrumento de capitalização que existiu em todas as intervenções bancárias, não só em Portugal, mas provavelmente na Europa", disse Centeno aos deputados na comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública.
O governador do banco central registou que a utilização de meios financeiros do Estado "é feita de forma rigorosa" e que a aplicação de um mecanismo como o CCA foi um enorme sucesso".
"Eu avalio de enorme sucesso aquilo que foi construído num instrumento único que, na verdade e ao contrário do que se passou em muitas outras intervenções do Estado -- não só português, mas a nível europeu -- na banca, conseguiu efetivamente controlar a execução deste instrumento", saudou Centeno.
O CCA foi negociado durante o processo da compra do Novo Banco pelo fundo Lone Star, em 2017, e foi ao abrigo deste que o Fundo de Resolução injetou mais de 3.000 milhões de euros no banco.
Na ótica do antigo ministro das Finanças (2015 a 2020), o custo alternativo a um mecanismo deste tipo era "incomensuravelmente maior".
O fim antecipado do acordo de CCA deverá ter um impacto de 62,7 milhões de euros nos resultados da instituição, que passa agora também a poder distribuir dividendos, como indicou a instituição financeira num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em 09 de dezembro.
Centeno considerou ainda que "houve muitas lições aprendidas ao longo destes anos" a nível nacional e europeu sobre a supervisão, destacando a criação do Mecanismo Único de Supervisão, em 2012, que foi "absolutamente essencial para um salto qualitativo" a nível continental.
JO // CSJ
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