O Arouca viaja esta sexta-feira até à Madeira, onde irá enfrentar o Nacional, no sábado, pelas 15h30, em jogo a contar para a 20.ª jornada do campeonato. Confortável na tabela, em 13.º, e com uma boa sequência de resultados, Vasco Seabra explicou as razões para este "crescimento" na 2ª volta da 1ª Liga.

"O processo tem ficado mais claro para os jogadores, que passam a acreditar no esquema, neles próprios e nos colegas de equipa. O grupo confia em si mesmo e no que pode dar à equipa. São seis jogos em que conseguimos onze pontos, reflete um pouco o que estamos a dizer. Mesmo quando não ganhávamos muitos jogos, a equipa estava a crescer e penso que essa mentalidade está a notar-se cada vez mais", começou por dizer o técnico dos lobos, afirmando que o plantel está "mais coeso" também por estar "mais pequeno", devido às saídas no mercado de inverno: "Isto torna toda a gente mais ligada, unida, com a meta mais firme e com maior competição interna. A equipa cresceu e isto tudo leva-nos a chegar aos jogos ainda mais preparados."

Só o Sporting, Sp. Braga e Benfica venceram na Choupana esta temporada.
"O Nacional é uma equipa difícil que em casa faz muitos pontos, é factual. A equipa teve um comportamento muito bom com o FC Porto e no último jogo, é agressiva no último terço e realiza muitos ataques à profundidade. Sabemos que temos que ser um adversário agressivo com eles, porque não nos vão dar nada por garantido, temo-lo que conquistar. A Choupana é um campo onde todos os centímetros contam. A equipa deles está em crescendo e é um adversário que vai colocar intensidade no jogo, num campo onde o relvado até é mais difícil, porque costuma estar mole e húmido."

O jogo com o FC Porto é um sinal das valências do Nacional? 
"Completamente de acordo. Tendo um adversário com as mais-valias do FC Porto pela frente e fazer o jogo que fez, revela as dificuldades que o Nacional irá apresentar connosco. Mas é importante saber, tal como tenho vindo a referir, que temos de competir. Todos os jogos têm de produzir a sensação de que o podemos ganhar. Se nós, mais do que o adversário, não estivermos no topo do nosso patamar competitivo, temos de nos responsabilizar a nós mesmos pelo que acontecerá. Não pode ficar um metro de terreno sem percorrer. Podemos não ganhar jogos, mas temos de sentir que demos tudo para o conquistar. Cria dificuldade ao adversário, pela dificuldade que é batermo-nos assim com eles."

Como tem sido a integração do Dylan Nandín e do Brian Mansilla?
"Cada vez melhor. Ambos trouxeram caraterísticas ao plantel que não tínhamos. O Dylan é mais móvel, com mais capacidade de movimentar-se entrelinhas. O Brian, com o pé esquerdo dominante, é um avançado capaz de jogar dos dois lados. Neste momento são dois reforços que trazem competitividade para o grupo. Assim, toda a gente sente que tem de trabalhar muito para conquistar um lugar no onze. Essa variabilidade na frente aumentou o número de cruzamentos, remates, remates enquadrados e esses dados reforçam que estamos a chegar ao último terço e estamos a ter mais oportunidades de golo. Os reforços acrescentam competitividade. O Pablo, o Sylla e o Puche estão a crescer, assim como o Jason e o Trezza, que têm apresentado momentos muito positivos. Criam dores de cabeças e isso é importante."

Pode apresentar-nos o Jakub Vinarcik? Haverá mais entradas ou saídas?
"É sempre difícil dizer isso porque há sondagens sobre os nossos melhores jogadores, pode acontecer uma coisa muito pontual. Houve saídas, poucas entradas e portanto queremos este grupo bem coeso. O Jakub é um guardião com um potencial muito grande, veio preencher uma lacuna que precisávamos para competir, com três guarda-redes. Tem 2.02m, mas não é lento, apesar do tamanho tem capacidade e muito domínio, esperemos que nos ajude."

O Taichi Fukui assistiu no último jogo. Será titular em vez do Pedro Santos, que regressa?
"O Tiago [Margarido] vai ter de esperar para saber. Felizmente, é uma boa dor de cabeça. O Taichi iniciou connosco e depois, também com alguns problemas de comunicação, passou por um período de compreensão. Voltou num nível muito alto, foi excelente com o Vitória e agora no último jogo. O Pedro Santos também tem estado excelente, o Simão também regressou, foi titular e tem estado bem, e o Pedro Moreira recuperou de uma lesão, está connosco a partir de agora. Há boas soluções para o miolo, estamos confiantes com os que estão dentro, em jogo, e com os que estão fora. Felizmente, acho que em todos os jogos, os jogadores que estavam no banco acrescentaram lá dentro. A confiança em mim também se deve a essas escolhas e a essas opções, portanto estou feliz."

Agora que os golos e os resultados já chegaram, pode utilizar-se novamente a metáfora do ketchup e dizer que o frasco já está bem aberto? 
"Quando nos distraímos a primeira coisa que acontece é um tropeção. Olhamos muito para o dia a dia. Quando se falava no processo era no sentido de ter confiança no trabalho da nossa equipa técnica, sentíamos que as coisas iam acontecer em termos de resultados e estão a acontecer, felizmente. Vamos ter muitas dificuldades, vamos ter de trabalhar muito para conquistar mais resultados, mas não temos margem, nem um metro que seja. Até porque o frasco do ketchup pode estar aberto, mas temos de ir lá com a colher para ninguém ir lá por nós."

Quem tem de fora?
"O Galovic. O Pedro Santos e o Trezza recuperaram, talvez haja mais uma ou outra limitação. O Pedro Moreira, como era gripe, recuperou naturalmente. Vamos ver até amanhã."