O Nacional está na reta final da preparação de pré-temporada e domingo disputa um dérbi com o Marítimo, que será diferente pois tem uma causa social. Tiago Margarido está contente com o atual grupo de trabalho, mas deixa o aviso que ainda poderá haver saídas. "Posso confidenciar que sinto o grupo deste ano, ainda mais unido que o do ano passado. Temos muita qualidade humana e essa qualidade vai-se traduzir num grupo forte que está a ser formado. Estou ainda mais otimista do que estava no ano passado, naquilo que será um grupo sólido, solidário, coeso, que é de facto algo muito importante e ganha muitos jogos", disse,

Em relação ao trabalho que até agora foi realizado disse estar "muito satisfeito com o empenho dos atletas e aquilo que tem sido a evolução da equipa". "Os jogadores que chegaram estão a corresponder a pouco e pouco, pois também estamos a trabalhar no sentido de evoluir, há atletas com potencial e que requerem trabalho e estamos a fazê-lo. Está tudo dentro do que esperávamos  e é necessário dar tempo", acrescentou. Os últimos reforços conseguidos são no seu entender uma mais-valia: "A mescla de experiência com juventude que recebemos nos últimos tempos, é o que faz em meu ver a base dos plantéis. Estes reforços que agora chegaram trazem-nos essa experiência que vamos necessitar em muitos momentos e essa experiência faz com que os mais novos evoluam e essa mescla vai-nos trazer sucesso no futuro".

Base sólida

Os vários jogos em que viu a sua equipa atuar, permitem a Margarido ter  já uma ideia muito concreta quanto aos possíveis titulares para a jornada inaugural da Liga."Tenho já 70 a 80 por cento na minha cabeça aquilo que será o nosso onze base. Ainda há uma percentagem de dúvida que terá que ver com as características do adversário e com aquilo que ainda poderá ser a evolução dos próprios atletas", revelou.

No entender do líder alvinegro, "uma das lacunas que na época anterior era a frente de ataque". "Tentou-se corrigir mudando os jogadores e estamos a trabalhar para sermos mais eficazes esta época e construir sobre uma base sólida em termos de defesa é sempre mais fácil e é um bom ponto de partida."

No Troféu Cidade do Funchal, o treinador não pode utilizar vários jogadores por lesão. Tal facto não o preocupa: "A pré-época contempla um trabalho diferente daquilo que é o período de competição e nesse período preparatório pela nossa experiência é normal que surja uma ou outra lesão e o que tem havido são lesões articulares que não são tão normais. Mas tenho quase a certeza absoluta que para a primeira jornada, a maioria dos jogadores estará disponível, pois vai recuperar".

Há espera de mais um jogador e. possíveis vendas

O Nacional conta com um plantel bastante extenso, sendo normal que ainda possam surgir novidades em termos de possíveis saídas, até porque ainda falta a aquisição de um extremo-direito. Neste contexto atual, o técnico de 36 anos, traça como meta a manutenção. "Neste momento o plantel ainda não está fechado, pois esperamos mais um jogador e também poderá haver saídas. Como tal, não consigo configurar um objetivo tão realista neste momento, mas logicamente, que para já, passa pela manutenção tranquila", explicou.

Depois, revelou que o mercado está atento aos jogadores que tem ao seu dispor. "Temos bons ativos dentro do clube e que foram valorizados e o mercado está atento e é esse mais o meu medo, não por excesso mas sim por qualidade. Até ao último dia do mercado, poderá haver jogadores a serem vendidos e o Nacional não foge à regra", disse. Esta fase de possíveis transferências não o deixam intranquilo e explica porquê: "Estamos habituados a fazer a gestão desta altura da época, onde é possível os jogadores poderem sair, faz tudo parte do futebol, tanto os atletas, como os treinadores sabem perfeitamente lidar com essas situações, por isso é normal."

Marítimo parte em vantagem

Domingo, o Nacional disputa o Troféu Cidade do Funchal num sempre esperado dérbi madeirense. Tiago Margarido espera poder dar uma alegria aos adeptos alvinegros. "É um jogo com cariz solidário e isso para nós é muito importante, pois sabemos que vamos contribuir para uma causa. É um jogo que vamos querer ganhar, como vamos querer vencer daqui a oito dias. O facto de ser um dérbi, também traduz o jogo com uma importância extra e vamos disputá-lo de uma forma digna e orgulhar os adeptos do Nacional", afirmou. Por último, sabe que os verde-rubros podem ter alguma vantagem: "Na minha opinião, as equipas que conseguem manter a base da época anterior, principalmente, no início partem em vantagem, pois já têm um trabalho que está por trás e o conhecimento dos jogadores".