Travar o Sporting, atual bicampeão nacional, não será tarefa fácil para o Nacional (sábado, 18h00), pois os leões somam, até ao momento, duas vitórias e oito golos marcados sem sofrer nenhum na Liga Betclic. Tiago Margarido está consciente das dificuldades que a sua equipa terá pela frente, tendo elogiado o técnico Rui Borges, que soube tornar o seu Sporting mais imprevisível. A motivação para estes embates com os grandes está sempre em alta e o técnico nacionalista foi claro: "É um jogo com motivação extra pois vamos defrontar o bicampeão nacional, que atravessa também um excelente momento e isso obviamente que nos coloca um desafio enorme pela frente, mas temos como génese deste grupo encarar os desafios, pois gostamos de ser desafiados e, como tal, estamos motivados".

Estando numa fase de reconstrução da sua equipa, Margarido considera que os leões estão em vantagem e os resultados falam por si. "Na minha opinião, o Sporting apresenta atualmente uma dinâmica considerável. As alterações que teve em relação à época anterior foram única e exclusivamente a questão do ponta de lança. É claro que pode alterar uma ou outra dinâmica da equipa mas, na sua génese, a maioria do onze inicial mantém-se, havendo uma dinâmica bem assente e bem oleada. Claramente que o Sporting ganha vantagem nisso, pois nós atravessamos um período de reconstrução. Frente ao Rio Ave já tivemos indicadores bastantes positivos naquilo que é a nossa evolução mas, mesmo assim, o Sporting estará em vantagem", disse o líder alvinegro, que destacou ainda que "o empate conseguido com o Rio Ave é motivador para este jogo com o Sporting": "Estamos mais confiantes".

Sporting com dinâmicas bem oleadas

Para o responsável dos madeirenses, os atuais bicampeões atravessam já um bom momento neste começo da temporada. "O Sporting está bem e reagiu muito bem à derrota na Supertaça. Isso mostra o espírito que se vive dentro daquele balneário. As dinâmicas estão bem oleadas, pois o Rui Borges e a sua equipa técnica foram bastante inteligentes nesta nova configuração do Sporting, que permite variabilidade naquilo que é o seu processo ofensivo, fundamentalmente no processo de construção, e isso faz com que os adversários não consigam prever tão bem a forma como devem defender, face à plasticidade tática que eles apresentam. É uma equipa se mantém junta há alguns anos, tirando a inclusão do ponta de lança, o Luis Suárez. Estão fortes pois vêm de dois jogos muito positivos e a marcar bastantes golos", revelou, destacando uma vez mais o trabalho do técnico leonino: "Na minha opinião, o Sporting está mais forte face às alterações do Rui Borges, que criam muitas dúvidas no adversário".

«Já podemos estar mais fortes»

O treinador de 36 anos, que está na sua segunda temporada na principal Liga portuguesa, não tem dúvidas de que o seu conjunto está a crescer. "O Nacional está em reconstrução. Em função daquilo que foi o nosso primeiro jogo, em Vila do Conde, foi um jogo interessante, já mais próximo daquilo que pretendemos enquanto equipa técnica, mas ainda estamos num processo que demora o seu tempo e acredito que neste próximo jogo já poderemos estar mais fortes", afirmou.

Nourani está em dúvida

Em termos de boletim clínico, a situação vivida no começo da temporada está agora bem mais calma. "Já conseguimos recuperar mais jogadores. Neste momento só temos um que ainda está em dúvida, que é o Nourani", revelou o técnico, adiantando que irá "mexer no onze", não se mostrando preocupado em ter de voltar a alterar o centro da defesa face à ausência de Ulisses por castigo: "Penso que os jogadores que têm jogado no centro da defesa estão a dar conta do recado, mas logicamente que será diferente. Não considero que seja um handicap".

Tiago Margarido espera que a sua equipa possa complicar a vida ao Sporting e quer manter a identidade do seu conjunto. "Gostaria imenso que pudéssemos assumir a posse de bola e ter a maior percentagem disso no jogo. Obviamente que tal não é fácil pela qualidade do Sporting. Assim, o que espero é que eles possam ter mais bola pela qualidade que têm, não por iniciativa nossa. Nós temos de ser inteligentes a fechar bem os espaços e a sairmos com objetividade naquilo que é o contra-ataque. Quando tivermos bola, queremos fazer o nosso jogo, acreditando naquilo que estamos a trabalhar desde o primeiro dia: um jogo ligado, um jogo apoiado, um jogo que procura chegar com envolvimento à baliza adversária e não vamos alterar nada da nossa filosofia mesmo sendo contra um grande", finalizou.