
Parece uma eternidade o tempo que passou desde a vitória impressionante de Remco Evenepoel no contrarrelógio do último Critério do Dauphiné, mas foi a apenas cinco dias. O belga arrasou a concorrência, com destaque para os principais rivais, Jonas Vingegaard e Tadej Pogacar, com um desempenho pletórico nos 17,4 quilómetros da prova individual para conquistar a camisola amarela e com vantagem que lhe augurava uma bela semana de ensaio para a Volta a França.
No entanto, nas etapas montanhosas que se seguiram, Evenepoel foi severamente batido pelo esloveno e o dinamarquês, e até o jovem alemão Florian Lipowitz o superou. O líder da Soudal Quick-Step terminou o Dauphiné (que a partir de 2026 vai chamar-se Tour Auvergne-Rhône-Alpes) na 4.ª posição da classificação geral, a mais de 4 minutos de Pogacar.
Após a corrida francesa, a menos de três semanas da partida do Tour, Remco assumiu-se com um sentimento de inferioridade e impotência perante a superioridade demonstrada por Pogacar e Vingegaard.
«É uma situação difícil de aceitar. Ainda estou bem atrás de Pogacar e Vingegaard. O ritmo forte imposto pelos nossos colegas de equipa na montanha parece ritmo de treino para eles. É desanimador, mas também quando os vejo darem ao máximo quando já estou no limite. Na última etapa, mais uma vez, foi o que aconteceu», explicou Evenepol.
No entanto, o campeão olímpico de fundo e de contrarrelógio sabe o que tem de fazer. «Preciso de me tornar melhor trepador. O meu contrarrelógio está perfeito, mas preciso de trabalhar nas subidas. Ainda estou longe dos dois [Pogacar e Vingegaard] na montanha. Espero poder aproximar-me. Preciso de trabalhar nas mudanças de ritmo, quando este já é elevado, e preciso conseguir manter o esforço máximo durante cinco minutos. Embora não seja essa a minha natureza», explica.
Evenepoel diz que tirou ilações positivas da semana de competição em França, com algumas circunstâncias atenuantes. «Foi um pouco melhor do que no ano passado. Nos dois dias anteriores, não estive no meu melhor, mas no último dia, as coisas melhoraram. Subestimei um pouco a queda que sofri e também sofri de alergia sazonal, o que me impediu de estar no meu melhor durante dois dias seguidos», justificou.