Enquanto na última segunda-feira Erik ten Hag embarcava num voo privado para a Holanda, depois de ter sido despedido pelo Manchester United, do mesmo aeroporto o diretor executivo dos red devils, Omar Berrada, embarcava para Lisboa com o intuito de garantir a contratação de Rúben Amorim.

Segundo a imprensa inglesa, que revela alguns detalhes do que sucedeu durante esta (muito agitada) semana, o Manchester United moveu-se "rápida e silenciosamente" na tarefa de garantir Amorim, bem longe do caos que aconteceu em junho, quando o clube inglês entrevistou uma série de treinadores.

Berrada sabia que Rúben Amorim estava interessado em mudar-se para o Manchester United, por isso não perdeu tempo e avisou o Sporting que a cláusula de rescisão do treinador seria paga. Varandas exigiu que o treinador desse 'um mês casa', mas o diferendo acabou por se resolver com o pagamento de mais 1 milhão de euros por parte dos ingleses, e a certeza de que Amorim fica livre a partir do dia 11.

Há três semanas que as cúpulas do Man. United discutiam a possibilidade de despedir Ten Hag. O 'Daily Mail' diz que intermediários do clube contactaram pessoas próximas de Xavi Hernández, mas que o ex-treinador do Barcelona não se mostrou entusiasmado com a possibilidade de 'pegar' numa equipa nesta fase da época.

Fontes do Manchester United insistem, porém, que Amorim foi sempre o candidato preferido, particularmente de Berrada, que aprecia as qualidades do treinador português desde que exercia funções semelhantes do Manchester City. E sabendo que Amorim estava entre os candidatos a render Guardiola nos citizens no final da época - caso o catalão decida deixar o Ethiad - Berrada não quis perder tempo, avançado já, a todo o gás, pelo técnico do Sporting.

O portal 'The Athletic' revela mesmo que por alturas da final da Taça de Inglaterra da época passada, prova que o Manchester United ganhou, houve interesse em Amorim. Mas em Old Trafford houve quem se mostrasse preocupado com o esquema de três centrais, o preferido do técnico e que tem utilizado no Sporting. O problema era saber como a equipa dos red devils reagiria a esse esquema e como a tática poderia funcionar na Premier League. Esta questão terá também levado o Liverpool a optar por Arne Slot em vez de Amorim quando teve de encontrar um substituto para Jürgen Klopp, segundo escreve a mesma publicação. 

Outra das reticências foi a questão da cláusula, considerada demasiado elevada para uma aposta tão arricada, num treinador que não se sabia se teria em Inglaterra o mesmo sucesso que em Portugal. No entanto, o português nunca chegou a sair completamente do radar do United.

Até que quatro meses depois, as pessoas que tinham considerado que Ten Hag merecia uma nova oportunidade entenderam que tinha chegado o momento da mudança. Numa reunião na sede da INEOS, a 8 de outubro, foi traçado um plano de contingência para o caso de a equipa continuar a falhar sob o comando do holandês e Amorim foi colocado no topo da lista.

Os resultados no United continuavam a não aparecer, ao passo que o Sporting ganhou todos os jogos da Liga, além de estar a protagonizar bons desempenhos na Champions. Assim, a solução foi avançar para o despedimento de Ten Hag e iniciar com negociações apenas com Amorim.

Houve outros aspetos a favor do treinador português, acrescenta o 'The Athletic', decorrentes de uma investigação anterior. O estilo de Amorim e a forma como se relaciona com os jogadores entusiasmou os diretores do clube inglês, que agora acreditam que o seu esquema de três centrais não será um problema.