Uma das preocupações com o ciclo de vida de um carro elétrico é a duração da bateria, já para não falar das questões ecológicas ligadas com a reciclagem de baterias em fim de vida. Mas também neste capítulo da história da eletrificação do automóvel a evolução tem sido constante e surpreendente, pelo menos a fazer fé no estudo de uma empresa canadiana de telemática - a Geotab.

A empresa analisou a evolução da eficiência de 100 mil veículos e chegou à conclusão que a taxa de degradação média anual dos veículos elétricos é de 1,8%. Isto significa que as baterias elétricas terão um estado de saúde (SoH) superior a 80 por cento ao fim de 12 anos – período que geralmente é considerado a vida útil de um veículo de frota.

A perda de eficiência das baterias ainda é menor nos carros elétricos mais potentes. Para os analistas estes números representam uma evolução significativa já que há cinco anos, num estudo homólogo, a empresa identificou uma taxa de degradação de 2,3 % ao ano.

Em cinco anos, a evolução tecnológica das baterias permitiu diminuir o valor da sua degradação em 22%, para 1,8% ao ano, pelo que "as baterias de EV durarão mais do que a vida útil do seu veículo, especialmente se os condutores seguirem as melhores práticas de carregamento e condução."

Com estes níveis mais elevados de saúde, as baterias dos modelos de veículos elétricos mais recentes durarão confortavelmente mais do que a vida útil do veículo e provavelmente não precisarão de ser substituídas", afirma David Savage, vice-presidente da Geotab para o Reino Unido e Irlanda.

"No entanto, continuamos a ver a fiabilidade das baterias a ser utilizada como um pretexto para atacar os veículos elétricos. Esperamos que dados como os nossos possam finalmente acabar com estes mitos", sublinha Savage.

Vida útil das baterias

A taxa de degradação das baterias depende de vários fatores, desde o tipo de carregamentos (os carregamentos rápidos são mais abrasivos), à quilometragem, condições atmosféricas ou mesmo à passagem do tempo, mas também ao estilo de condução. De qualquer forma o efeito é sempre o mesmo, perda da capacidade de armazenamento de energia, e portanto perda de autonomia e de potência, ainda que em valores de desgaste razoáveis para o ciclo de vida de um veículo, estimado em 12 anos.

As baterias dos carros elétricos têm no entanto um número limitado de ciclos de carga e uma vida útil ainda relativamente curta. A garantia-padrão prometida pelas marcas é de oito anos ou 160 mil quilómetros, com um nível mínimo de 70% de capacidade da bateria. No entanto, as incertezas aumentam após este período. Comparados com os automóveis a combustão interna, que podem durar mais de 15 anos com uma desvalorização gradual, os veículos elétricos parecem ter mais incógnitas quando se trata de custos de manutenção a longo prazo.