
A Visma-Lease a Bike queria deixar a UAE Emirates sob pressão, reconheceu Jonas Vingegaard, explicando o porquê de a equipa holandesa ter atacado tanto Tadej Pogacar durante a 10.ª etapa da Volta a França.
"Queríamos ter um bom ciclista na fuga e tínhamos o Simon [Yates] lá. Foi incrível ele ter vencido a etapa, estou incrivelmente feliz por ele. Foi um dia fantástico para nós, ao ganhar a etapa, e também para mim. Estou satisfeito com as minhas pernas e como me senti hoje. Podemos dizer que foi um bom dia", sintetizou o dinamarquês.
O campeão das edições de 2022 e 2023 e 'vice' em 2021 e no ano passado, atrás de Pogacar, falava aos jornalistas no final da 10.ª etapa, conquistada pelo seu colega britânico Simon Yates, que integrou a numerosa fuga do dia e chegou isolado a Mont-Dore.
Vingegaard cortou a meta ao lado do esloveno da UAE Emirates, que sobreviveu a todos os ataques da Visma-Lease a Bike, nomeadamente do quinto classificado da geral, o norte-americano Matteo Jorgenson, e ainda acabou por ganhar segundos à concorrência, à exceção do seu grande rival.
"A UAE tinha uma equipa muito forte e o Pogacar também foi forçado a trabalhar. Foram muito bons a defender hoje", elogiou o dinamarquês, que é quarto da geral da 112.ª Grande Boucle, a 1.17 minutos do seu rival.
O campeão em título 'ofereceu' ainda a amarela ao irlandês Ben Healy (EF Education-EasyPost), terceiro na etapa, poupando-se às obrigações protocolares e a sua equipa ao trabalho na defesa da liderança do Tour.
Questionado sobre se os ataques da Visma-Lease a Bike nos derradeiros quilómetros tinham como propósito diminuir a diferença para os fugitivos e, assim, evitar que 'Pogi' se livrasse da amarela, Vingegaard foi perentório: "atacámos para colocar pressão". "Claro que se ele tivesse ficado de amarelo, teria de estar na cerimónia do pódio todos os dias. Obviamente, acho que isso rouba alguma energia, mas não pensámos nisso. Só nos mantivemos fiéis ao nosso plano, que era deixar a UAE Emirates sob pressão", assumiu.
Visivelmente bem-disposto, o campeão em título da Volta ao Algarve -- a sua única vitória na temporada - reiterou estar "mesmo satisfeito com a jornada de hoje". "Ainda estou atrás dele [Pogacar], haverá um momento em que terei de lhe ganhar tempo. Mas, até agora, tenho sido capaz de seguir todos os ataques dele, o que não consegui fazer no Dauphiné. Isso mostra que estou num melhor nível", analisou.
Vingegaard foi derrotado pelo esloveno no Critério do Dauphiné, a três semanas do arranque do Tour, ficando no segundo lugar da geral final.
"No final, não houve diferenças de tempo para os Visma. Certamente que eles tentaram que algo acontecesse, mas penso que estas subidas não eram suficientemente duras para criar verdadeiras diferenças", declarou 'Pogi', agora segundo da geral, a 29 segundos de Healy.
Os 165,3 quilómetros entre Ennezat e Mont-Dore incluíam sete contagens de segunda categoria, um recorde de montanhas com esta 'cotação' numa mesma etapa do Tour, além de uma de terceira.
À imprensa eslovena, o três vezes campeão da Grande Boucle justificou ainda a sua aceleração no final da etapa: "Estava aborrecido com todos os ataques, por isso decidi fazer um melhor".
A 112.ª Volta a França cumpre na terça-feira o primeiro dia de descanso, regressando à estrada no dia seguinte, para os 156,8 quilómetros com início e final em Toulouse.