Jasper Philipsen fraturou a clavícula direita e pelo menos uma costela, informou a Alpecin-Deceuninck, depois de o camisola verde ter desistido esta segunda-feira da Volta a França após uma queda provocada "involuntariamente" pelo ciclista francês Bryan Coquard.

"Ser responsável pelo abandono do camisola verde não é agradável", disse um emocionado Coquard, após o final da terceira etapa, conquistada pelo belga Tim Merlier (Soudal Quick-Step).

No sprint intermédio, o francês da Cofidis quis sprintar onde não havia espaço, embateu em Laurenz Rex (Intermarché-Wanty) e provocou a queda do Jasper Philipsen, com o primeiro camisola amarela da 112.ª edição e vencedor de 10 etapas no Tour - e também da classificação por pontos em 2023 -- a cair desamparado e com violência no asfalto e a abandonar de imediato.

A Alpecin-Deceuninck já atualizou o boletim clínico do ciclista de 27 anos, indicando que o belga tem "uma fratura na clavícula direita, que exigirá cirurgia, e pelo menos uma costela partida, provavelmente duas", e será transferido para o hospital de Herentals, na Bélgica.

"Vi um pouco as imagens. Na altura, não percebi o que aconteceu. [...] Não era minha intenção provocar uma queda, não queria arriscar, estava apenas na roda do Milan", descreveu, mostrando vontade de se desculpar junto do corredor da Alpecin-Deceuninck mesmo que a sua ação tenha sido "involuntária".

O experiente sprinter francês, de 33 anos, lembrou, em lágrimas, que não é "um mau rapaz".

A desistência do camisola verde marcou a terceira etapa da 112.ª 'Grande Boucle', com Jonathan Milan a 'herdar' a liderança da classificação, após ter sido segundo atrás de Merlier, um lugar que não o deixa "completamente satisfeito".

"Estou feliz por ter a camisola verde, mas, antes de tudo, quero dizer que lamento muito o que aconteceu ao Jasper e aos outros corredores que caíram hoje", declarou o italiano, que assume a liderança da classificação por pontos na estreia no Tour.

O eritreu Biniam Girmay (Intermarché-Wanty), o vencedor desta classificação no Tour2024, foi outro dos que lamentou o abandono de Philipsen, mas foi o camisola amarela Mathieu van der Poel quem se mostrou mais triste, por ter perdido "um companheiro que podia dar etapas à equipa e a camisola verde".

"É uma pena, não apenas por não o ter na corrida, mas também no hotel. É uma peça importante para nós e, para mim, é um amigo", destacou o neerlandês, que reparte com o belga o protagonismo na Alpecin-Deceuninck.