
É como se tornou moda em todos os sufrágios. Há notícias com fontes anónimas que dão conta de um novo candidato. Mais tarde, surge o nome que veio à baila a dar entrevistas aos órgãos de comunicação social para sentir que tração está a ter o seu perfil junto do eleitorado. Depois sim, se for caso disso, manifesta-se oficialmente o interesse de ir a votos.
Luís Filipe Vieira ganha cada vez mais força para se juntar a Rui Costa, João Noronha Lopes, Martim Mayer, João Diogo Manteigas e Cristóvão Carvalho na corrida eleitoral para a presidência do Benfica. O dirigente que ocupou o cargo entre 2003 e 2021, tendo renunciado na sequência da Operação Cartão Vermelho, admitiu em entrevista ao “Correio da Manhã” a hipótese: “Não tenho uma decisão tomada, mas sinceramente não excluo essa possibilidade em função do que foram os últimos quatro anos.”
Longe de ser uma figura consensual, como o próprio assume, não sente que o envolvimento em casos judiciais o venha a prejudicar. Vieira mantém “plena confiança na justiça portuguesa” e não vê “nenhum impedimento” à participação na vida do clube da Luz. “É um cenário que os sócios não devem temer. Já houve dirigentes que foram alvo de inquéritos, acusações e julgamentos. E mantendo-se na liderança dos clubes, estes não deixaram de ganhar”, afirma um dos acusados na Operação Lex que em breve irá entrar na fase de julgamento.
Enquanto esteve na presidência no Benfica com Rui Costa como figura próxima, Vieira conquistou sete campeonatos de futebol masculino em 18 anos. Vê os encarnados com menos “influência” e “protagonismo”, dizendo que se trata de um período de “silêncio e ausência”. Entre os candidatos já confirmados, não identifica “ninguém capaz de inverter o rumo” que o clube da Luz tomou.
No meio das preocupações demonstradas, está a situação financeira. “A dívida do Benfica era inferior a €100 milhões. Hoje, já vai quase nos €300 milhões e com tendência para aumentar. Mais quatro anos iguais a estes e ficaremos na mesma situação económica que o FC Porto”, perspetiva.
Numa entrevista em que se preocupou mais em apontar os erros cometidos no passado recente, Luís Filipe Vieira não adiantou muito sobre o projeto que tem para as águias, apenas que Bruno Lage deixará o cargo que ocupa atualmente por não ser “agregador”. Nesse sentido, Sérgio Conceição pode entrar na equação. “Não descarto falar com ele, se estiver livre.”