
— Estava escrito que o Sporting ia ser campeão?
— É indescritível. Lembro-me do que disse quando pedri a Taça da Liga. É muita crença, acreditar. É o culminar de um grande trabalho, um grande grupo, um grande staff. Desde a malta que liga a rega da relva na Academia, a malta da cantina, os seguranças são fantásticos. Este grupo merecia muito, acreditou sempre, mesmo perante tantas dificuldades que puseram muita coisa em causa. Mas o acreditar deste grupo só podia acabar assim.
— Era isto que tinha idealizado quando chegou ao Sporting?
— Desde o primeiro momento em que falei com o presidente. Era o concretizar de um sonho, de um caminho em que, nós, enquanto equipa técnica, chegámos aqui pelo trabalho, resiliência, competência. Era uma equipa técnica completamente desconhecida, eu não fui um grande jogador, não estudei, sou apenas o Rui Borges, comecei lá atrás, deram-me oportunidades pelo trabalho e chegámos aqui com todo o mérito. É o culminar de um sonho, agora é levantar a cabeça e seguir, porque há mais um troféu para disputar. E é a felicidade deles que, acima de tudo, me deixa feliz.
O meu maior desejo é que os meus pais se sintam orgulhosos do filho
— De Mirandela para o topo do futebol português, isto tudo sabe a quê?
— Nem sei a que é que sabe... A vida foi-me sempre dizendo que a temos de viver, ser felizes no dia a dia, e foi um bocado isso. Nunca olhámos para nada, para o dinheiro, somos um sortudo neste aspeto, mas é mesmo a felicidade de fazer o que gostamos. Quero deixar um beijo a toda a minha família, o meu maior desejo é que os meus pais se sintam orgulhosos do filho. E acho que se sentem, devem estar a chorar muito lá em casa. O maior troféu que posso ter é o reconhecimento dos meus, das pessoas de Mirandela, dos que sorriram, sofreram e batalharam connosco. Sou um rapaz que acreditou no sonho e foi trilhando o seu caminho.
Deixo um abraço ao Ruben Amorim e ao João Pereira.
— Foi difícil trabalhar com o facto de o Sporting ter tido três treinadores?
— Difícil é sempre. Seja em que aspeto for. As pedras fazem parte do caminho. Deixo um abraço ao Ruben Amorim e ao João Pereira, fazem parte desta vitória, fizeram por isso e são merecedores do reconhecimento. Jamais olharia para esta oportunidade como uma fonte de problemas. Olhei para ela com a maior felicidade do mundo. A maior felicidade que tenho é treinar o Sporting, jamais algum problema que possa ter aparecido ia travar o nosso desejo. Eu digo muito que é difícil travar quem nasceu para vencer, e é vencer na vida. E isso eu venci, e venço e vou vencendo todos os dias, porque o maior troféu que posso ter é o orgulho dos meus e o reconhecimento de quem gosta de nós.
— Agora é para atacar a dobradinha, no próximo domingo?
— Agora é desfrutar deste título, depois pensamos no jogo da Taça. Todos merecem desfrutar, é aproveitar esta felicidade e esta alegria, que bem merecemos.
Artigo atualizado às 20.38 horas.