Os quatro portugueses que competem, sábado, nos Mundiais Metkovic 2024 de maratonas, na Croácia, estão confiantes em bons resultados, com José Ramalho em busca de inédito título em K1.

«Depois de tantos anos e tantas medalhas, não faz sentido vir para participar ou para lutar por um lugar honroso… com 42 anos não estaria aqui a fazer isto. Quando se tira medalhas quer-se sempre mais medalhas e é isso que venho fazer a Metkovic», frisou Ramalho, em declarações à Lusa.

O vila-condense tem sete títulos europeus em K1 em prova longa, contudo ainda não conseguiu o mesmo no Mundial, apesar de já ter sido campeão, mas em K2, ao lado de Fernando Pimenta.

O segredo para um bom desempenho no desafio de 29,8 quilómetros passará por «lutar pelas ondas da frente», uma vez que a forte corrente do rio condiciona a competição, impedindo um leque alargado de atletas ou ultrapassagens.

«Vamos estar todos em filinha, será escusado vir para o meio do rio para ganhar posições, pois a corrente é imensa e vai condicionar. É ter uma boa largada para estar na dianteira na primeira rondagem, a uns 1.600m. Contra a corrente, junto à margem só dá espaço para três ou quatro barcos. Vai tornar a prova muito intensa, dura, agressiva, com todos a tentar chegar-se à frente para comandar e manter o ritmo alto», salientou.

Em K1 feminino, Maria Rei, que só há dois meses se estreou em competições internacionais de maratonas, não aceitaria, de antemão, o mesmo quarto lugar com o qual surpreendeu na short race, perdendo somente para três campeãs do mundo.

«Apetece-me lutar. Se fosse quarta, seria um ótimo resultado, mas prefiro ir à luta e tentar ir com elas mais tempo e lutar outra vez por outro lugar», vincou, sobre a regata de 26,2 km.

A falta de experiência em maratonas condicionou o seu desempenho nas portagens [sair da água e carregar o caiaque uns 200 metros até voltar a entrar no rio], nas quais perdia sempre terreno para as adversárias.

«Ainda não estou muito à vontade na parte das portagens. Melhorei a entrar e sair, porém a correr fico um pouco para trás. No sábado espero conseguir correr um pouco mais…», desejou, a sorrir.

Rui Lacerda teve uma má largada na short race que contribuiu para ter sido apenas 10.º, pelo que na regata longa o objetivo é melhorar essa atuação.

«O sonho continua ativo, sair com uma medalha dos mundiais e tenho mais duas provas para fazer, pelo que vou lutar por elas. As expectativas são altas, mas sei que os meus adversários estão mais fortes. Espero que a minha condição física me permita discutir as primeiras posições com eles», afirmou o vice-campeão europeu, sobre o evento de 22,6 quilómetros.

João Sousa será o único júnior em ação, num K1 vice-campeão da Europa em 2023 com «expectativas sempre altas», já que treinou para «um pódio», pelo que espera poder mostrar na água todo o seu “valor” ao longo dos 22,6 quilómetros.

«Sou muito perfeccionista. Insisto até sair bem. Temos de estar bem no dia para fazermos coisas extraordinárias. Tomo decisões certas, sou inteligente e persistente», disse, confiando que essas qualidades o ajudarão a atingir o sonho.

Até ao momento, Portugal conquistou uma medalha de ouro por Maria Luísa Gomes, na prova longa de K1.