O Papa Francisco morreu na manhã desta segunda-feira, aos 88 anos. De acordo com informações da agência ANSA, uma das possíveis causas da morte, terá sido uma hemorragia cerebral, não diretamente relacionada com a doença respiratória que o manteve internado em fevereiro e março.

A morte do chefe da Igreja Católica desencadeia uma série de ritos e tradições no Vaticano.  

Desde logo, ainda esta segunda-feira, o Cardeal Kevin Farrell, Camerlengo da Câmara Apostólica - que anunciou ao Mundo a sua morte -, presidirá ao rito da constatação da morte do Papa e da colocação do seu corpo no caixão, esta noite. 

O funeral será realizado dentro de nove dias, refere a agência italiana Ansa, ao passo que o conclave para eleger o seu sucessor será realizado dentro de um mês. 

Como funciona o conclave? 

O sucessor será escolhido durante um conclave, uma reunião de cardeais encarregues de eleger um novo pontífice em reclusão no Vaticano. 

Conhecido como Colégio dos Cardeais, este grupo governará a Igreja Católica no período entre a morte do Papa e a eleição do seu sucessor, que decorrerá no interior da Capela Sistina. 

Durante a eleição, 138 dos 252 cardeais seniores poderão votar no novo Papa, estando excluídos os têm mais de 80 anos. O novo papa será determinado depois de cada cardeal votar no seu candidato preferido - na eleição, os cardeais queimam os boletins de voto e duas vezes por dia será enviado um sinal de fumo para indicar como está a decorrer a eleição. O fumo preto assinala uma votação inconclusiva, enquanto o fumo branco significa que foi escolhido um novo Papa. Para que seja eleito o novo Papa é precisa uma maioria de dois terços.

Há quatro cardeais portugueses eleitores e que, consequentemente, podem ser eleitos Papa: D. José Tolentino Mendonça (prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação em Roma), D. Manuel Clemente (antigo Bispo de Lisboa e Patriarca Emérito), D. Américo Aguiar (Bispo de Setúbal) e D. António Marto (Bispo de Leiria-Fátima).

O cardeal Jorge Bergoglio foi eleito a 13 de março de 2013, na quinta votação realizada, ao segundo dia de conclave, e revelado já de noite na varanda do Vaticano.

Pedidos de Francisco para o funeral

Tradicionalmente, o funeral papal é uma cerimónia muito elaborada, mas Francisco aprovou recentemente planos para tornar todo o processo menos complexo, mudando o local onde será enterrado: Francisco será também o primeiro Papa em mais de um século a ser enterrado fora do Vaticano, tendo escolhido a Basílica de Santa Maria Maior, uma das quatro principais basílicas papais de Roma.

Também recusou a tradição de o corpo ser colocado numa plataforma elevada na Basílica de São Pedro para ser visto pelo público. Em vez disso, quem quiser prestar a sua homenagem verá o corpo dentro do caixão, com a tampa retirada. O corpo deverá estar em câmara ardente a partir de quarta-feira.