
Jogada a primeira mão dos quartos de final da UEFA Nations League, a única boa notícia é o facto da eliminatória ainda estar a meio. E até isso pode ser um exagero, já que muitos portugueses não estarão entusiasmados com a ideia de ver mais 90 minutos desta frágil e desapontante seleção...
Portugal foi até Copenhaga perder por 1-0 com a Dinamarca. O resultado é merecido, tendo em conta a exibição, mas é também um castigo benevolente, já que o volume de ocasiões do adversário podia facilmente ter ditado um marcador final mais gordo. A melhor prova disso é que Diogo Costa, mesmo com a derrota e com um erro individual, conseguiu ser o melhor em campo!
Maestro à baliza
A seleção voltou ao ativo, quatro meses depois, com um onze que, por momentos, reforçou o teórico favoritismo. A dupla Vitinha-João Neves foi mesmo escolhida por Roberto Martínez para jogar de início, depois de tão esmiuçada nos dias até ao jogo, mas isso não fez Portugal jogar como o PSG... Quem diria!
Não é que o «Maestro da Europa» e o seu colega de equipa tenham estado particularmente mal. Foram corretos nas suas ações com bola, conforme seria de esperar, mas o jogo interior nunca chegou perto do último terço e sem bola toda a equipa deixou a desejar, de maneira que a Dinamarca ganhou fôlego e, jogada toda a primeira parte, o nome de destaque na equipa portuguesa era... Diogo Costa.

Aos 23 minutos fez uso da sua maior especialidade e defendeu o penálti de Christian Eriksen, gerado depois de uma mão de Renato Veiga. Empurrados para a frente pelo Parken (e pela postura permissiva de Portugal), os dinamarqueses continuaram a insistir e só não conseguiram chegar à vantagem devido às individualidades da defesa lusa. Além do guarda-redes, que fez mais um trio de defesas no primeiro tempo, houve ainda um importante carrinho de Rúben Dias e um corte de Diogo Dalot em cima da linha. Eriksen e Biereth desesperados no regresso aos balneários.

Bola acabou por entrar
A segunda parte começou com uma promissora transição, mas o remate de Cristiano Ronaldo ficou mesmo aquém dos melhores lances da equipa das quinas na primeira metade do jogo (Schmeichel tinha travado lances de Pedro Neto e Renato Veiga). Esse lance, tal como o primeiro vislumbre do onze, serviu apenas para induzir em erro os portugueses mais otimistas, já que a Dinamarca rapidamente voltou ao controlo do jogo.
Gustav Isaksen teve uma grande oportunidade de golo. Depois foi, uma vez mais, Eriksen. Diogo Costa foi continuando a relembrar os espetadores da sua presença, enquanto o selecionador português, aparentemente tranquilo com o avançar do relógio, foi fazendo o tipo de alterações que não inspira mais confiança à equipa. Entraram Nélson Semedo, Rúben Neves e Gonçalo Inácio, antes do golo que se afigurava como uma questão de tempo...

Até ao fim vimos Portugal a posar como uma equipa que ambiciona algo melhor, mas que não está sequer remotamente perto de o conseguir. A linguagem corporal dava ares de que algo positivo ainda poderia surgir, mas o futebol contou uma história diferente e só uma queda de Bernardo Silva dentro da área e um remate de longe de Pedro Neto aproximaram a seleção visitante de um empate que dificilmente seria justo.
A bola volta a rolar no domingo, às 19h45, com a segunda mão destes quartos de final da Liga das Nações a disputar-se no Estádio José Alvalade.