
"Vou continuar no FC Porto até 2027, no mínimo [duração do contrato]. Estou 1.000% comprometido com o clube. Tenho imensa ambição naquilo que queremos construir, para ver este FC Porto conseguir o que sabemos que pode conseguir. Sou um lutador inesgotável", afirmou Anselmi, na conferência de imprensa de antevisão à partida.
O técnico argentino, que foi confrontado com os rumores do interesse de clubes sul-americanos na sua contração, o que disse "desconhecer", colocou o foco na preparação da equipa para os últimos três jogos do campeonato, garantindo que "não haverá espaço para desconcentração".
"Faltam-nos três jogos e temos de os preparar ao máximo, com seriedade total. Temos de ir em busca dos três pontos em todos eles. Não pode existir nenhum tipo de relaxamento. É um compromisso que nos devemos a nós próprios e também aos nossos adeptos", frisou.
Anselmi preferiu não fazer um balanço definitivo da temporada enquanto esta decorre, mas reconheceu que a equipa oscilou entre momentos de evolução e outros em que se afastou da ideia de jogo pretendida, apontando a derrota (2-0) com o Estrela da Amadora, na jornada anterior, como um desses exemplos negativos.
"Houve jogos, como o último, que nos afastaram muito daquilo que queremos ser. A consistência tem faltado, não só agora, mas ao longo de toda a época. É um ponto a corrigir. Uma equipa campeã precisa de consistência. É isso que temos de procurar nestes últimos três jogos, para depois encarar a próxima época da melhor forma", explicou.
Ainda sobre a prestação da equipa, o treinador rejeitou a ideia de que o rendimento coletivo esteja abaixo do esperado, e abordou os rasgos individuais de Rodrigo Mora.
"Fico feliz pelo bom momento do Mora, mas o facto de ele ter marcado não diz tudo sobre o nível da equipa. Para que ele resolva dessa forma, com o talento que tem dentro da área, há todo um trabalho por trás, de quem leva a bola até lá, de quem defende, corre, pressiona, desgasta o adversário. O golo é apenas uma parte visível", afirmou.
Sobre as críticas ao seu modelo de jogo, Anselmi disse que o trabalho interno continua e que a equipa técnica faz um acompanhamento diário dos erros e aspetos a melhorar.
"Há um processo, uma mudança de ideia, e alterações profundas na forma de jogar, na adaptação, e até na venda de jogadores. Faço esse tipo de análise todos os dias, porque é o meu trabalho enquanto treinador. E gosto de perceber os 'porquês' de tudo o que fazemos. Só assim vamos melhorar", disse.
Questionados sobre o ambiente interno no clube e na equipa, o técnico do FC Porto afastou qualquer cenário de instabilidade no balneário e garantiu que existe vontade de reagir.
"Tenho excelente relação com todos os que fazem o FC Porto no dia-a-dia. Gostamos de estar juntos, partilhar, falar sobre várias situações. O plantel tem vontade de dar a volta por cima e encerrar bem a época", referiu.
Sobre o papel dos adeptos, Anselmi reconheceu que as críticas recentes são legítimas, mas destacou que o essencial é manter a competitividade da equipa até ao final da época, porque é isso que o adepto exige acima de tudo.
"Os adeptos manifestaram o seu descontentamento e têm esse direito, mas sabemos que vão estar presentes no Dragão e apoiar-nos, porque é isso que é um adepto. Ganhar é importante, sim, mas onde nunca se pode falhar é na competitividade. Quando ela falta, as críticas são compreensíveis. Não podemos é voltar a falhar nesse aspeto", considerou.
O FC Porto, quarto classificado, com 62 pontos, recebe esta sexta-feira o Moreirense, 10.º, com 36, num jogo agendado para as 20:15, que será arbitrado por Gustavo Correia, da Associação de Futebol do Porto.
JPYG // PFO
Lusa/Fim