Martim Mayer, candidato à presidência do Benfica, emitiu um comunicado onde tece duras críticas à atual direção por ter apresentado o projeto de reformulação do Estádio da Luz e da zona envolvente, sem ter ouvido os sócios, considerando que se trata de uma manobra de populismo barato. 

"É claro para o atual presidente que os sócios ficam sempre em segundo lugar. Primeiro importa o populismo barato, a promoção da imagem e depois a validação dos sócios", pode ler-se num comunicado enviado às redações, onde se critica, também, o timing da apresentação do Benfica District: "A Direção em funções resolve a três meses das eleições e menos de dois meses após ver reprovado o orçamento do Clube em Assembleia Geral, apresentar um projeto de grande dimensão de reformulação da zona envolvente do Estádio. Curiosamente não levou este tema a Assembleia Geral. Curiosamente não se preocupa com o facto de existirem 21 mil Sócios do Sport Lisboa e Benfica que não conseguem ter Red Pass há anos a fio".

Mayer assinala que Nuno Catarino, o homem das finanças do clube, confessou que ainda não tem "financiamento garantido" e que ainda "há muito trabalho pela frente", ao mesmo tempo que é necessária a aprovação dos sócios encarnados. E há um outro dado que surpreende o candidato à liderança das águias: "Três anos e meio sem dizer uma palavra aos sócios sobre o tema? E agora relembra também a Cidade Benfica, fundamental para as modalidades, e que em breve anunciará novidades. Quando? No dia 24 de Outubro? E vemos ainda Carlos Moedas, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e Ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, em representação do Governo, prestarem-se a dar a cara por um projeto não aprovado pelos sócios do Benfica. No mínimo é estranho".

Por isso, Martim Mayer considera que, à semelhança do plano de Vieira para a nova Luz, as águias terão de endividar-se, o que não deve ser uma prioridade: "Ao mesmo tempo, uma hipotética candidatura de Luís Filipe Vieira faz passar a mensagem, através dos media, que quer destruir o Estádio da Luz e executar um projeto imobiliário que inclui um estádio novo. E a cereja no topo do bolo é que passa a mensagem de que o clube nem precisa de se endividar. Como se alguém acreditasse nisso sem que significasse hipotecar as receitas do clube como contrapartida. Não pode valer tudo para ganhar umas eleições! Mas mais ainda, não pode valer prejudicar o Benfica e ignorar os sócios do Benfica", apontou na nota.

É, por isso, que na ótica de Mayer a prioridade deve ser apenas aumentar a lotação do Estádio da Luz para os 83 mil lugares, de forma a procurar responder à imensa fila de espera de sócios que pretendem adquirir o Red Pass. 

"Sobre um projeto para dar resposta à longa lista de espera de adeptos que querem comprar o seu Red Pass, nem uma palavra. Alegam que depois irão apresentar uma alternativa, como se não tivesse tido tempo suficiente após mais de um ano a preparar o seu regresso. Não é destas alternativas que o Benfica precisa. O clube precisa de soluções viáveis e que não coloquem em causa o seu futuro. A minha proposta é a única que se centra nos verdadeiros interesses dos Sócios: o aumento de lugares do Estádio e só o aumento de lugares do estádio. Um crescimento de 15.000 lugares para um total de 83 mil lugares de capacidade, dos quais nove mil serão aumentados nos topos do estádio, portanto, no terceiro anel do estádio, e seis mil no primeiro piso, ou seja, junto aos lugares 'corporate' e aos camarotes". Um projeto a realizar com uma empresa líder mundial, que a seu tempo revelaremos. Mas posso garantir que não precisaremos de três anos e meio para tal", sustentou, de forma irónica, o candidato.