Marc Márquez: imperturbável e imparável no palco da MotoGP

Numa impressionante demonstração de supremacia, Marc Márquez iniciou a sua temporada de estreia como piloto da Ducati oficial, protagonizando uma eletrizante rivalidade familiar com o irmão mais novo, Alex Márquez. Juntos, têm ocupado de forma quase constante os dois primeiros lugares do pódio, terminando em primeiro e segundo em cinco das seis primeiras corridas. A única exceção foi a queda dramática em COTA, onde Marc perdeu a liderança e Alex acabou por ser segundo atrás de Francesco Bagnaia.

A caminhada de Márquez rumo à glória não tem estado isenta de desafios; um erro em Jerez fez-lhe perder o controlo da corrida e um fim de semana molhado em Le Mans obrigou-o a contentar-se com o segundo posto. Porém, reagiu de forma espetacular em Silverstone, iniciando uma impressionante sequência de 14 vitórias consecutivas. Embora Alex tenha sido o rival mais próximo no início, outros nomes começaram a entrar na luta, como Marco Bezzecchi, Pedro Acosta, Fabio Di Giannantonio e o estreante Fermín Aldeguer.

Numa revelação sincera, Márquez afirmou: “Não me importa”, quando questionado sobre os adversários. O espanhol sublinhou que o seu foco deixou de ser o duelo direto com o irmão para se concentrar em maximizar a sua performance em cada fim de semana, independentemente de quem esteja atrás. “Na primeira parte do campeonato estava a lutar sobretudo com o Alex. Estávamos sempre lá, primeiro-segundo, segundo-primeiro, com alguns erros em que perdemos muitos pontos”, explicou, mostrando a sua mentalidade competitiva.

À entrada para a ronda de Barcelona, Marc Márquez ostenta uma vantagem impressionante de 175 pontos sobre Alex, consolidando a sua caminhada para conquistar o primeiro título de MotoGP desde 2019. Embora os adeptos desejem corridas mais renhidas, o espanhol tem uma estratégia clara para manter a superioridade: “É mais fácil fazer a tua própria corrida. É para isso que se trabalha, para aumentar a vantagem sobre os outros”, destacou.

Oito vezes campeão do mundo, Márquez descreveu o Sprint da Hungria como o mais fácil da temporada. Atribuiu essa facilidade ao seu irmão Alex, que habitualmente, com pneus novos, é um rival mais complicado. “Mesmo na Áustria ele estava a pressionar-me no início, enquanto o Di Giannantonio é mais um piloto da segunda parte da corrida, como eu”, analisou, revelando o seu pensamento estratégico.

Marc também estabeleceu paralelos entre esta campanha e a sua última temporada de título com a Honda, em 2014, quando terminava sempre no topo. “Alguns pilotos conseguiam bater-me numa corrida, mas eu estava sempre em primeiro, segundo, segundo, primeiro. Isso é o mais importante para o campeonato”, frisou. O seu objetivo é claro: garantir sempre o pódio, mesmo em pistas onde historicamente enfrenta dificuldades.

Em clara queda de forma está Francesco Bagnaia, que não termina em segundo atrás de Márquez desde o Qatar e que tem estado ausente do pódio nas últimas três rondas. Márquez foi direto na análise: “Eu estou no auge da confiança e o Pecco atravessa um momento muito difícil em termos de confiança e de sensações.” Para o espanhol, a diferença de dinâmicas de performance entre ambos pode ser determinante, sobretudo em circuitos de stop-and-go, onde ele brilha e Bagnaia encontra mais problemas.

À medida que a temporada avança, todas as atenções se voltam para o Circuito da Catalunha, palco da vitória de Bagnaia no ano passado. Mas com a forma implacável de Marc Márquez e o peso da sua sequência vitoriosa, a corrida promete ser um espetáculo de velocidade, estratégia e rivalidade fraterna. Conseguirá Márquez prolongar o seu domínio ou Bagnaia vai recuperar protagonismo? Uma coisa é certa: a luta pela supremacia na MotoGP está longe de terminar.