
A análise furiosa de Carlo Pernat: o GP da Hungria expõe os segredos da MotoGP
Carlo Pernat, o ilustre manager de estrelas do motociclismo, não poupou nas palavras ao comentar os acontecimentos dramáticos do Grande Prémio da Hungria. Conhecido pela sua análise frontal e sem filtros, Pernat recorreu ao canal do YouTube do GPOne para dissecar a corrida que estreou este ano o novíssimo circuito de Balatonring. E a verdade é que os ânimos nunca estiveram tão exaltados!
O destaque vai, naturalmente, para Marc Márquez, o campeão em título que continua a dominar o campeonato com mão de ferro. “Marc Márquez continua a ditar a lei”, afirmou Pernat de forma enfática. Com uma vantagem de três segundos, o espanhol geriu a corrida com aparente facilidade, assinando a ultrapassagem a Bezzecchi com a chamada “aceleração clássica”. Para Pernat, Márquez não está apenas a competir: está a impor o ritmo de toda a temporada.
Mas poderá Márquez já sagrar-se campeão no próximo GP em Misano? Pernat acredita que sim: “Se o seu irmão Álex não conseguir inverter a tendência negativa das últimas corridas, Marc pode muito bem coroar-se campeão do mundo logo ali, na terra de Valentino Rossi! Não seria apenas uma vitória, seria um choque em todo o paddock.” E mesmo reconhecendo que Márquez dispõe da melhor moto, o italiano sublinhou: “O valor do piloto está fora de qualquer dúvida.”
Contudo, nem tudo é positivo no mundo da MotoGP. Pernat levantou sérias críticas ao circuito húngaro, em especial depois do susto de Enea Bastianini na chicane: “Quero sublinhar um ponto importante: o circuito de Balatonring é perigoso!” O deslize do italiano poderia ter terminado em tragédia, com vários rivais a passarem a alta velocidade. “Aquela chicane tem de ser eliminada ou modificada. A Liberty Media, atual proprietária da MotoGP, tem de dar prioridade absoluta à segurança—isto não é negociável!”, disparou.
Em relação às marcas, houve elogios máximos para a Aprilia. Pernat atribuiu-lhes nota 10 em 10, destacando o pódio de Bezzecchi e o quarto lugar de Martín logo na sua estreia com a moto. “Com Sterlacchini à frente da equipa técnica, acredito que podem competir quase de igual para igual com a Ducati”, afirmou, antevendo uma rivalidade escaldante.
A KTM também mereceu rasgados elogios, sobretudo com Acosta a conquistar o segundo lugar. “Apesar de terem perdido peças importantes na estrutura, a moto continua competitiva. Não é fácil de guiar, mas Acosta mostrou estar à altura, e agora é tempo de Viñales dar o próximo passo!”, acrescentou.
Já na Yamaha, o tom foi bem diferente. Pernat sugeriu que a marca está a abandonar o desenvolvimento atual para apostar tudo no novo motor V4: “O Quartararo perdeu motivação—está à vista de todos!” Quanto à Honda, a avaliação foi mista: mesmo reconhecendo a boa prestação de Marini, o manager salientou que a marca continua órfã de um verdadeiro líder, ao contrário das rivais que têm as suas estrelas bem definidas.
No fecho da análise, Pernat deixou claro que o atual domínio da Ducati está intimamente ligado a Marc Márquez: “Sem Márquez, a Ducati não estaria a liderar o pelotão. Giannantonio ou Bagnaia têm dificuldades em extrair o máximo da moto, e se hoje a classificação está cheia de Ducatis, isso deve-se mais às circunstâncias do que a uma superioridade técnica absoluta.”
O campeonato segue agora para novas batalhas, e as palavras de Pernat deixam os fãs em suspenso, ansiosos por saber o que acontecerá a seguir nesta temporada de alto octanagem da MotoGP.