
Em Zurique, todos os olhares estavam no mesmo homem: Armand Duplantis. O sueco, dono do recorde mundial, não precisou de números estratosféricos para confirmar, mais uma vez, quem manda no salto com vara. Bastaram 6,00 metros — quase um dia normal no escritório para ele — para levantar o troféu da Liga Diamante pela quinta vez.
Foi, ainda assim, um triunfo com nuances. Duplantis ficou a 29 centímetros do seu recorde mundial, e até pareceu mais humano do que o costume quando falhou as três tentativas a 6,10. Mas Zurique aplaudiu de pé, porque até quando não é avassalador, o sueco continua a ser uma figura maior do atletismo. E com 26 anos soma já 42 vitórias em rondas na Liga Diamante — um currículo que assusta qualquer um, a menos de duas semanas dos Mundiais de Tóquio.
Houve também drama na disputa direta com Emmanouil Karalis: o grego igualou a marca de 6,00 metros, mas só conseguiu à terceira, enquanto Duplantis passou de rompante logo na primeira. Detalhes que decidem títulos.
No feminino, Katie Moon voltou a mostrar porque é uma das melhores de sempre. A norte-americana venceu pela segunda vez a final da Liga Diamante, com 4,82 metros, deixando para trás as compatriotas Sandi Morris e Emily Grove (ambas a 4,75).
O peso foi outro palco de domínio americano. Joe Kovacs venceu pela terceira vez, com 22,46 metros, numa demonstração de força que deixou Payton Otterdahl (22,07) bem para trás. Entre as mulheres, a canadiana Sarah Mitton, vice-campeã mundial, mostrou que continua a crescer: lançou 20,67 metros, a apenas um centímetro do seu recorde pessoal, batendo a neerlandesa Jessica Schilder (20,26).
A noite teve ainda brilho no salto em altura. A australiana Nicola Olyslagers voou até aos 2,04 metros, fixando um novo recorde da Oceânia. Logo atrás ficou Yaroslava Mahuchick, a recordista mundial, com 2,02.
E isto foi só o aquecimento. Quinta-feira a festa continua no estádio, onde entram em cena quatro portugueses: Pedro Pichardo e Isaac Nader, ambos a lutar pelo diamante, enquanto Fatumata Diallo e Salomé Afonso também terão os seus momentos em pista. Zurique promete mais espetáculo — e talvez mais história.